Nem quero saber o que você é.
Quero saber do que você é feita,
Das tantas que foram pra você ser.
28 março 2021
18 fevereiro 2021
não esquecer
Não consigo e não quero esquecer daquele telefonema em fevereiro de dois mil e vinte um.
A pessoa disse que não conseguiria ficar sem empregada doméstica.
A pessoa disse que não conseguia também pagar transporte individual pra empregada mas que pagava quando precisava dela nos horários de pico.
A pessoa disse que não conseguia ficar em "isolamento radical" e que recebia amigos pra beber de quando em quando.
Depois, a pessoa disse que estava pensando em comprar uma máscara mais profissional pra empregada dela porque achava que essas de pano que ela usava não serviam pra nada.
01 fevereiro 2021
O trem continua passando
são muitos mas é o trem
é uma presença que as vezes passa sem chamar,
mas muitas vezes vem lembrar
do espaço sonoro que lhe pertence.
"naquele lado tem o trem"
"ali onde passa o trem"
O Trem
exigindo uma certa area não verticalizada
ocupando, as vezes com buzina,
o ar dele
ouça agora,
o trem mais vazio desse tempo
parece mais solto no chacoalhar,
se fosse cheio, seria mais firme de gente com som abafado.
não?
Eu quero ir ali na ponte ver ele por cima,
mas nunca fui,
nunca vou. E agora então....
Quero mudar pra um andar mais alto pra ver mais ele.
Ver ele indo.
E sumindo
fazendo a curva.
moto-contínuo
Acho que o que chega mais perto é a vida
Fico pensando numa utopia asimoviana,
Seria a vida capaz de produzir a própia energia que necessita pra ser viva?
Nos teus movimentos
Nos teus calores
Se bem resolver
Talvez num estágio foda de evolução.
Seria uma coisa, finalmente, autosuficiente, eterna....
seria ainda vida?
04 setembro 2020
Eu não te quero mais,
mas relaxa, você não fez nada.
Não se ache o centro disso
Não se sinta culpada, se sentir culpada só serve pra você
Você não fez nada.
Não te quero mais.
Não trouxe, não levou
Não esteve.
Não fez nada.
Quando o barraco pegou fogo,
Não impediu a vaca de ir pro brejo.
Não veio de balde
Também não botou lenha
Não fez nada.
Não te quero mais.
26 agosto 2020
O Mojica era um sujeito verdadeiro.
Nunca vi o Mojica ser diferente do que ele é.
Ele não falava bem, era dificil a comunicação por essa via
mas ele se comunicava muito bem com gestos e olhares
Tenho satisfação em saber que ainda vou aprender um tanto de coisa com ele.
Coisa que ainda não entendi mas que ele já ensinou.
As vezes, quando passa um trem,
Penso em você no trem
No trem que era parte do teu mito
O trem que nunca vi
Que nunca fui, que nunca fomos
mas era de onde você vinha.
A gente sempre se encontrava na minha vida.
Você vinha, ficava um pouco,
era bom
Depois você ia,
Não tinha dor na tua ida
Mas você passava muito batida
Você vinha sem ser,
você vinha só buscar uma coisa que eu entregava fácil
Daí eu comecei a querer você
Querer te conhecer
Estar junto com você com você junto comigo
meu repetido equívoco,
Quis contar contigo.
é por isso que agora dói.
13 fevereiro 2020
amor
Mas não resolve nada. NADA!
Você pode dizer que o que descrevo aqui não é amor de verdade.
Não sei se eu to falando do tal AMOR. Talvez a palavra já tenha significado alguma coisa melhorzinha.
mas a língua se faz no uso e o que os humanos do meu tempo chamam de amor é um poço profundo de superficialidade.
Não melhora nada nem ninguém, e pode gerar grandes merdas.
Grandes canalhas são capazes de amar
O amor pode vir acompanhado de muita sombra
De inveja, de posse, de egoismo.
De muito narcisismo e alienação.
Aliás o tal do amor arrebatador é a coisa mais alienante que tem.
É a cegueira canonizada, louvada.
Torna tudo relevável.
Invasão, controle, manipulação, julgamento.
Justifica tudo que é cagada humana desde os tempos imemoriais.
Já falei de egoismo? Mano...
Muito individualista esse amor que se ama por aí.
E ele é muito comum, vulgar.
Respeito é bem mais dificil de encontrar,
Empatia é bem mais dificil de encontrar,
Sinceridade, viche...
"Sem alma cruel, cretino, descarado e FILHO DA MÃE"
Vou te falar que a mãe deve ser o que faz desse amor que se ama por aí essa coisa tão zuada.
Mãe é outro problema sério, pra outro post.
03 outubro 2019
abandono
Nem quero pra sempre
só achei que você fosse mais forte
parruda, indisposta e forte.
Não acho que tem fim acolhedor
que tem treta que não crie
que merecimento valha alguma coisa,
só achei que você era mais forte.
Nunca piso em calo de cara
sei do ferro que é minha sensibilidade
sei do ferro que é minha franqueza
na cara não jogo tudo porque é muito
no outro não vou de cabeça porque já tombei feio
construo a cada dia com quem vem, com quem tá.
19 julho 2018
A pessoa morre (parodia)
A pessoa morre de fome.
Depois de tanto verme a pessoa morre....
A pessoa morre.
Lombriga, tênia, berne, esquistossomose...
esquistossomose...
(em processo)
19 fevereiro 2018
As serpentinas e peles suadas continuam a me tocar mas agora como uma despedida,
mesmo eu estando já aqui, onde existem todas essas engrenagens,
não me lembro mais como engrenar...
Como me parece pobre essa vida de mês em mês.
Mais do que nunca,
diante dessa demanda por conformidade,
eu sonho.
13 julho 2017
14 julho 2016
08 abril 2016
12 setembro 2015
Tem me dito mais da minha morte...
De encontros que já não são possíveis,
De desperdicio de talento.
Dos nossos belos planos que
já deviam ter se concretizado.
A gente toda já podia
Ter aprendido o básico do outro.
Nem espero mais isso,
Nem busco nada,
Apenas sigo e pago o aluguel,
Porque sei que pode piorar.
26 junho 2015
08 janeiro 2015
18 setembro 2013
Só Andreas Underberg
Matemático até no lazer.
Não fala mais do que o necessário pra viver sua rotina.
É tão só quanto os outros homens.
Na terça volta pra casa a pé a não ser que chova.
Na quinta passa no mercado pra não ter que sair no final de semana.
Não excede o planejamento,
Tem sempre seus procedimentos programados.
Um dia a farmácia de sempre pegou fogo,
Andreas teve que subir uma ladeira andar duas quadras a mais.
O seu texto de sempre não funcionou, foi desgastante.
Quando falou com Rosa, no balcão, teve que explicar coisas.
Muito contrariado, voltou pensando como não era planejado pensar, humores imprevistos.
Pegou a calçada errada e teve que atravessar uma viela a mais, inaceitável.
Naquela noite, Andreas teve que corrigir muitos cálculos
Para poder continuar a vida no dia seguinte.
Guardou aquele dia numa planilha,
Passou a analisar acontecimentos imprevistos
Buscando padrões que lhe dessem sentido
Esperou uma segunda ocorrência pra localizar a periodicidade
Andreas Underberg tem agora um planejamento bem mais sólido
e considera todos os seus planejamentos anteriores infantis e incompletos.
Aquele dia foi crucial para criação de um novo método pra calcular os procedimentos.
A inclusão dos acontecimentos raros nos cálculos lhe propicia hoje equações muito mais confortantes.
Ele continua tão só quanto os outros homens.
01 agosto 2013
10 janeiro 2013
Minha Vó, numa sessão de cinema em 58
Começou a sentir contrações
ela estava pra parir
Era uma dessas terças-feiras
De carnaval
Gordas
Tava tudo muito tranquilo
Minha vó esperou o terceiro rolo
Girar no projetor
E girou até o fim
Depois da sessão ela convidou
os amigos presentes
pra maternidade
Sem pressa pra parir
Era uma dessa noites
de carnaval de antigamente
de cinema no rolo
Nasceu na madrugada
de uma dessas quase cinzas
Depois do terceiro rolo
24 novembro 2012
Sem alvo
Que jamais cantaria a morte
Não queria nem pensar...
Penso no que faziamos ali
Eu comprei vinho, inventei
Que o vinho traz a verdade
Até fiquei ofendido,
Um tanto de morte bonita por ai,
morte é mais do que a decomposição
Fico pensando oque você quis,
oque eu não paguei pra ver,
problema meu...
Um adubo artistico,
gênios sempre usaram,
A musa é morte tambem.
Fico pensando hoje
Oque queria te chamando na rua, ou você
Porque carne, só, não era
Carnaval, alegoria da vida
e da morte. se fosse só luz,
só vida, não te seduzia
Penso nisso
Ficar pensando é da morte
É muito nesse caso
Você veio algumas vezes com dificuldade
Nosso encontro era tão raro e fragil
Não serviu para aquele tempo
E eu pensava...
E sofri mais que o normal,
Pesou de mais pra algo inconcreto
Algo ficou pra decifrar no teu silencio
Dessa lenda de que nada se perdeu
nada demais...
E a raiva sem alvo (não sua) que insiste
De saber que talvez você venha
E eu posso não estar
de novo
pensando demais
24 outubro 2012
18 outubro 2012
02 setembro 2012
Tô
eu
tenho profissão de ser sensivel.
eu to bem mal,
me pego remoendo
e remoendo...
sei lá oque.
eu to cansado
dessa sacanagem.
de
nem saber quem não me quer,
sem entender quem me maltrata.
e qual
é o motivo?
eu
não me meço, não me peso, não me checo,
mas tô cheio de gente
me medindo
e medindo meus negócios.
sabe porque? não sei
porque.
tô bem farto de ingratidão
eu tô bem feito e
não te quero perto,
tô na luta, sem papo de feliz.
eu
tô sozinho.
sem entender quem me maltrata.
05 junho 2012
22 março 2012
Eu tava olhando melhor....
Cê tem um olho de um jeito,
O outro, menor.
Tava vendo...
um braço comprido
o outro tambem...
mais osso do que eu.
bem mais do que beleza,
era o jeito de fazer.
tava tudo no sorriso,
mas no sorriso de quem vê.
Que longe que foi
Esse retrato que eu tirei
A distancia sempre em nós
E a imagem.
15 março 2012
17 fevereiro 2012
A monga vem com tudo
de onde os cururus não passam.
E eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha jaula
Onde os cururus nao passam.
Eu vou pulando, arrebentando as grades,
Sou a monga do meu quintal. Mongatown.
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge da peluda
Nas ruas da Mongatown (2x)
................ em obras
Esta noite sairei, vou beber com meus amigos... ha!
E com as asas que os urubus me deram ao dia
Eu voarei por toda a periferia
Vou sonhando com a mulher
Que talvez eu possa encontrar
E ela também vai andar na lama do meu quintal é
Manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo
Da lama da manguetown (4x)
Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo
Conversar com urubu
10 fevereiro 2012
22 janeiro 2012
É todo meu.
O passado, o futuro e o presente
que você me deu.
O teu desprezo,
é inconteste.
altivo, tem porte de rei
mas nunca envelhece.
Cê nem pisou em mim
Cê nem me abandonou
Cê nem chegou,
cê nem ouviu, cê nem falou
Eu vou te perdoar,
isso é pro nosso bem
o teu desprezo
é tudo que a gente tem.
19 novembro 2011
Meio
é vida inteira,
mas é vida de meio,
de meio a meio no teu meio.
É vida de meio.
É de todos os meios.
Ao vivo no meio do olho
Do teu olho do meio.
(Pedro Gonza)
07 novembro 2011
Instruções-exemplos sobre a forma de sentir medo
Na Praça do Quirinal, em Roma, há um lugar conhecido pelos iniciados até o século XIX e do qual, em noites de lua cheia, vêem-se mexer lentamente as estátuas dos Dióscuros que lutam com seus cavalos empinados.
Em Amalfi, no fim da zona costeira, há um dique que penetra pelo mar e pela noite. Ouve-se um cão latir para além do último farol.
Um senhor está pondo pasta nos dentes na escova. De repente, vê, deitada de costas, uma diminuta imagem de mulher, feita de coral ou talvez de miolo de pão pintado.
Ao abrir o armário para apanhar uma camisa, cai um antigo calendário que se desmancha, se desfolha, cobre a roupa branca com milhares de sujas traças de papel.
Sabe-se de um caixeiro-viajante que começou a sentir dor no pulso esquerdo, justo debaixo do relógio de pulso. Ao arrancar o relógio, o sangue jorrou: a ferida mostrava os sinais de uns dentes muito finos.
O médico acaba de nos examinar e nos tranqüiliza. Sua voz grave e cordial precede os remédios, cuja receita ele escreve agora sentado à mesa. De vez em quando levanta a cabeça e sorri, animando-nos. Não é nada demais e daqui a uma semana estaremos passando bem. Nos refestelamos no sofá, felizes, e olhamos distraidamente em volta. De repente, na penumbra debaixo da mesa, vemos as pernas do medico. Ele arregaçou as calças até as coxas e veste meias de mulher.
(Cortazár - Histórias de Cronópios e de Famas)
27 outubro 2011
26 outubro 2011
22 outubro 2011
Veterinária
que dá no ser humano.
Eles trazem da rua
e espalham dentro de casa.
Só que não da pra saber,
porque a bicha é camuflada.
Eles não sentem nada
mas se pega na gente, mata.
Saiba que não há cura
nem com reza forte.
a solução pra não morrer?
humano em casa, melhor não ter.
20 outubro 2011
The Mob - Máfia
Don't you think this is blindness.
when you open your windown,
And i'll open the doors.
I have found the way,
You can find the way too,
... find the way to my kiss
but you cant
miss. (padapada pa pa)
podes crer
inteiro,
não vale essa vida.
não tô podendo
encarar coisa pouca,
nem com sede.
beijar mão
de quem acena de longe
ou só bate a cabeça.
pagar essa cerveja
de ingresso
pro teu lobby.
tá caro.
tem coro?
tem só jóinha...
vocês que pedem uma reposta,
eu peço uma pergunta.
14 outubro 2011
Eu sei
Por toda a minha vida
Em cada despedida
Desesperadamente,
E cada verso meu
Pra te dizer que eu sei
Por toda minha vida
Eu sei que vou
A cada ausência tua eu vou
Mas cada volta tua
O que?
Eu sei
a eterna desventura
A espera de viver
Por toda a minha vida
01 outubro 2011
18 setembro 2011
13 agosto 2011
10 agosto 2011
com voce sou distraido
com voce,
o tempo me deixa burro.
o mentira da vida parece certa
a felicidade parece acessivel
voce me deixa jovem,
crente, olhando o horizonte
disse que me conhecia e jogou um olhar
me deixou pra sempre a pensar...
voce me abanou na sapucai
me fodeu bem mais do que pode imaginar
02 agosto 2011
Profundamente
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.
*
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
_
Manuel Bandeira
22 julho 2011
Humanos
Pior ainda,
Eles são muitos e estão em toda parte.
Pior ainda,
São muitos, estão em toda parte e inclusive no meu caminho.
Pior ainda,
Sempre.
20 julho 2011
amar na mente é oque tenho com essa moça.
Onírica,
sei que guarda pra mim seu desprezo
mas não devolvorei desdem falseado.
agir por essa cartilha da conquista
me trouxe só a expectativa,
me privou de mim, me deixou numa espera morta.
podia parecer mais fraco ou ridiculo,
me censurava achando...
sem saber se perdia mais ou menos nesse jogo dela
Percebo que não deu em nada, só.
como fui mal na iniciativa, como fui mal tentando ser outra coisa,
como fui mal pra ela gostar de mim.
deveria ser mais simples.
deveria
Uma vez esqueci, só na fachada,
ressentido daquele silêncio, fazendo pose de fortão.
Ela nem percebeu.
Na outra, fingi indiferença me segurando com esforço.
Não sei se percebeu ou foi só pelo orgulho,
sei que jogou umas migalhas e me disse "depois".
eu não quis mais cobrar, durão.
eu podia ter sido mais franco e gritado
eu podia ter arrombado a porta, e ter sido acolhido ou expulso.
Podia...
Agora já nao tenho minhas negas nem as transas efemeras, nem um pote de anestesia pra dar uma pausa nisso.
Então meu amor,
faça tua dança.
Se não é o sim nem o não,
eu imagino a dor ou o gozo que eu quiser.
Eu vou ser eu,
te quero e tenho direito de querer.
Farei valer meu direito de amar sem ser amado, de ser o indesejado pidão,
de reclamar de falta, de ausência, do que ficou esquecido,
do que a gente mal começou e não continuou.
Demonstrarei fraqueza, carência, inexperiencia, medo...
Assumindo que nao à conheço, que nao à atinjo e não à toco.
Abusarei do meu direito de constranger,
De me expor no meio da galera, de gritar seu nome na madrugada, de chorar bebado, de dar vexame...
Vai ser massa !!
Ela que aproveite, ou que se foda...
14 julho 2011
06 julho 2011
Cínica, covarde, sonsa, injusta.
Eu não sei fazer justiça
Não sei como faz justiça
Eu não tenho coragem de enfrentar nada...
Tenho que enfrentar a violência, a grosseria
E ir a luta pelo pão de cada dia...
Sou advogada de defesa e salva-vida
Eu não tenho coragem de enfrentar nada.
(Stela do Patrocinio)
05 julho 2011
Queria dizer uma coisa aqui que já repeti exaustivamente e nem sempre acreditam: eu não cheiro pó, farinha, cocaina. Nunca cheirei, nem experimentei.
Isso não é uma mentira e, mesmo que não fosse verdade, nesse caso, seria um aluguel inocente sem o peso da mentira.
Aproveito pra lembrar que eu sempre falo sério, até mesmo quando eu estou alugando alguem. A verdade me escapa inclusive quando à evito. Acredite, é um fardo pesado de carregar pela vida, até sinto inveja dos hipócritas de vez em quando.
Voltando ao pó, mesmo não usando, não gosto da energia dessa droga perto de mim quando tá demais... na festa que eu tô toda hora, nas pessoas queridas em excesso, no meu amor que nem sabe, heis uma treva que não me seduz... mas isso já é outra prosa..
02 julho 2011
contemplando feliz e sentindo como os laços afetivos sao solidos.
Pra voce que se afirma nos valores da familia,
multiplicar e fortalecer nossa casa nessa disputa pra ver quem eh o mais legal.
generoso.
valoroso
pra voce nao.
que esse poema eh seco,
eh feito com voce mas nao eh pra voce.
Voce achou que era porque acha
mas eu to pouco me fodendo se voce vai ler isso.
dessa bobeira quue guia tua existencia,
oque nao eh falso eh mentira
01 julho 2011
30 junho 2011
29 junho 2011
22 junho 2011
improdutivo
sem platéia
ouvintes
leitores
seguidores
um nome no final
no meio da lista
que ninguem vê
é Janequine
é gonza
o pianista
Os vicios sintetizam
de quais me livro
em quais mergulho
uma lagrima me falta
fico assistindo a morte
de um mosquito na mesa
prendeu a asa, perdeu a perna
agoniza
descansa, agoniza mais
O intervalo vai aumentando.
eu começo com linhas curtas
e vou me alongando na descida
Meu primeiro verso só tinha duas letras e olha isso.
Voce bem que podia ser minha anestesia pro resto dessa bobagem.
Eu acompanhei tudo, sem muita atenção, sem dó, sem gosto,
[como uma camera de segurança.
Eu digitei lenha no google e meu blog (esse blog) apareceu na primeira pagina
Aquele mosquito agora é só sujeira, e pouca.
20 junho 2011
14 junho 2011
D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou o meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
(Fernando Pessoa)
06 junho 2011
02 junho 2011
3/4 123....
pra tras nao olhe
o diabo que te carregue
e ele que nao de mole
lolololo
lililili
lolololo
lililili
saca teu desprezo e segue
pra tras nao olhe
o diabo que te carregue
e ele que nao de mole
lolololo
lililili
lolololo
lililili
Nao quero dizer mais nada
Nao quero dizer mais nada
por isso que eu decidi
que eu nao vou dizer mais nada
lolololo
lililili
lolololo
lililili
saca teu desprezo e segue
pra tras nao olhe
o diabo que te carregue
e ele que nao de mole
01 junho 2011
ou melhor, estou mais sozinho.
frio, de mal humor
fugindo sempre que posso.
Cada ano que passa
é cada ano que passa.
os planos se engavetam
o dinheiro nao sobra.
nao tenho mais prazer em nada
por isso nem me destruo mais
se vou melhorar, capaz
nao me deste teu amor
e o meu tá virando mágoa
me envenena a toda hora
31 maio 2011
de verdade, é só raso
confio e mergulho sozinho.
bato cabeça, ninguem tem culpa.
Afeto de mesa de bar
junto na conveniência.
essa coisa que gente profunda estraga.
Deixa fluir, mais amor por favor...
não pesa pedrinho...
hahahaha
amor sem dor
amigo só de alegria
Sambinha só pra ser feliz
Só pra relaxar, sem compromisso.
Arrasa gato !!
Voce é demais !!
Não te liguei porque essa semana tá foda !!
Doeu mas foi só brincadeira,
Pode contar comigo mas depende.
Se tu for me avisa, to no cel.
Se eu não atender vai na frente.
26 maio 2011
tua receita de quiabo ou de kebab
Eu nao preciso estar
deixa o chavão na portaria com o Itamar.
Saca teu desprezo, (saca?)
Pra trás, não olhe
O diabo que te carregue,
e ele que não dê mole.
Tira esse sorriso da minha vista
Sempre longe e sem tesão.
tua bela boca, ilusão.
Se perca de mim.
entristeça de mim.
cresça.
12 maio 2011
Eu gosto dela
Linda, sabe da sina, mina valentona
Fina, cheia de razão, rainha, foliona
Ela, descortina o novo, bota fim na zona
Teu olhar ilumina, abomina o cafona
Amazona e bailarina, toda bonitona. (pá)
Ela é purpurina, skinny e pakitona. (tá bem)
9 da matina, um café na poltrona. (ó)
Dona da rotina, mamãe corridona
Defina efeito sanfona, se acha esquisitona
Cafeína, Maracujina, moça respondona
Feiona em dia ruim, mas sempre bela dona
Maestrina do lar e popstar, Madona
Sou fina dança, opina, sorri e faz carona
Quer ser minha pequenina e pro mundo grandona
Meu negócio da China, caipira, brigona
Refrão: (2x)
Eu gosto tanto dela, a ponto de querer tá perto, pronto
Não tem outro jeito de me ver sorrir
É louco o efeito dela, aqui.
Grita igual buzina em dia nervosona
Santa sem batina, ganha tranquilona
Hipnotiza a retina, flash, figurona
Estrela maior do show, se precisar, machona
Fria igual neblina, alegre e fanfarrona
Brilha igual platina, prima, sabichona
Ave de rapina e musa pras telona
No ritmo, atina e lá vai corona
Ela é paz pra Palestina, fé pra Babilônia
Respeito, disciplina, boba e brincalhona
Estriquinina a TPM, vira felizona
Ela abre o circo, ela recolhe a lona
Diz que tá gelatina e malha pegadona
Vira destaque da piscina, satisfeita mona
Messalina, corajosa, do lar e chorona
Faz tudo quando quer
Eita, mulher durona
Refrão (2x).
(Emicida)
08 maio 2011
07 maio 2011
06 maio 2011
27 abril 2011
25 abril 2011
Sonho de um terça-feira gorda
e negras eram as nossas máscaras.
Íamos, por entre a turba, com solenidade,
Bem conscientes do nosso ar lúgubre
Tão constratado pelo sentimento felicidade
Que nos penetrava. Um lento, suave júbilo
Que nos penetrava... Que nos penetrava como uma espada de fogo...
Como a espada de fogo que apunhalava as santas extáticas.
E a impressão em meu sonho era que estávamos
Assim de negro, assim por fora inteiramente negro,
— Dentro de nós, ao contrário, era tudo claro e luminoso!
Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular,em cores cruas.
Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
De peitos enormes — Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas — deusa disto, deusa daquilo, já tontas e seminuas.
A turba, ávida de promiscuidade,
Acotevelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido.
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.
Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
O ar lúgubre, negro, negros...
mas dentro em nós era tudo claro e luminoso!
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria,
— A profunda, a silenciosa alegria...
(M.B.)
21 abril 2011
18 abril 2011
E olha que os nao felizes podem se divertir bastante apesar da felicidade.
Apesar disso, os felizes nao se contem, eles sao felizes.
Ainda bem que existem os infelizes para (de vez em quando) extinguir os felizes e toda sua casta. (muito felizes, saltitantes, etc...)
10 abril 2011
08 abril 2011
...
Mas sera que alguem vai ler isso nesse contexto da minha paranoia?
Nessas horas eu penso depois:
Acho que o alcool tah fazendo cada vez menos efeito.
04 abril 2011
28 março 2011
27 março 2011
26 março 2011
O Seu Olhar
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
Onde a brasa mora
E devora o breu
Como a chuva molha
O que se escondeu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
O seu olhar agora
O seu olhar nasceu
O seu olhar me olha
O seu olhar é seu
(A.A.)
19 março 2011
17 março 2011
na base da marchinha, com todo calor
jorrando criatividade
na rua ou na tua praça, seja onde for
Ai carnaval
da proxima vez tanto nao tarde
Ah que saudade que dá
de voce, toda hora em toda parte
Ai cabrocha
Ai ai ai cabrocha iluminada
Ano passa, o tempo tenta,
e não te largo meu amor, por nada.
14 março 2011
12 março 2011
08 março 2011
(Moraes Moreira e Fausto Nilo)
Atravessei os sete mares
e por todos os lugares
por onde andei
você me dava a vida
foi uma dádiva da natureza
essa coisa acesa
que hoje vejo em ti
não acredito
nem que o mundo chora
foi bonito agora
vi você sorrir
Chega nêgo, nêgo, nêgo, nêgo
nêgo, nêgo, pára
chega nêgo, nêgo, nêgo
teu chamego para mim;
tudo que me
dá sossego
é assim
chega nêgo, nêgo, nêgo
vem pra mim.
13 fevereiro 2011
Um tento de memoria prova
Nao de uma ferida saudosista
nem de que nao tenha melhor
Quero a prova justa de que vim
nao sou
mais ou menos fulgas que um peido no oeste
De que nasci de um abestalhado
e nao me declarei achado
ate o ponto em que resisto
De que nao sei de nada
e de que tudo pode
ate o limite
09 fevereiro 2011
19 janeiro 2011
12 janeiro 2011
17 dezembro 2010
09 dezembro 2010
08 dezembro 2010
06 dezembro 2010
O meu,
Não o seu.
Oque eu fiz aquele dia contigo
fiz baseado numa coisa que eu pensei
e que eu nunca te falei. fiz só.
Você já tirou uma coisa do meu caminho porque sabia que eu nao ia gostar.
Você ja fez uma coisa longe de mim porque sabia que eu nao ia concordar.
Porque você sabia.
a gente sempre sabe...
Quando eu falo você
eu tiro de mim,
egoista que sou.
Eu falo você pra nao dizer eu
Falo você pra te tirar de mim
egoista que sou.
30 novembro 2010
Promessa
dourada, talvez com uma pedra vermelha
ou prateada tambem, bem comprida.
Eu quero te dar um piteira bonita
Pra me deitar no seu batom
e te matar um pouquinho na fumaça.
Eu vou te dar uma piteira,
Longilínea, glamurosa,
Bonita.
27 novembro 2010
23 novembro 2010
O timido e a manequim
Não sei se vou conseguir me controlar
Meu coração dispara feito um tamborim
Quando ela tira a minha paz
Com aquele jeito de andar
As vezes acho que ela sabe que eu existo
Mas nem por isso eu vou me declarar
Pois tenho medo de ficar
Na hora tão aflito
Inibido pela força de um olhar
Eu quis saber o que ela faz
Ouvi de dentro aquela voz dizer:
Não seja tão audaz
Ela é manequim
Já fez desfiles em Paris
Não vai ouvir conversa mole
De quem toca cavaquinho
É melhor não insistir
Para não se machucar
Este caso pode ter um triste fim
Não seja tolo, vai dar rolo
É jogo de aprendiz
Ela não é flor pro seu jardim
(Paulinho da Viola)
17 novembro 2010
15 novembro 2010
12 novembro 2010
Frases de ontem e anteontem
"Ir embora já? mas eu nem comecei a falar oque eu penso."
08 novembro 2010
04 novembro 2010
Nossa amizade é sucesso
A gente sempre se encontra quando eu te procuro.
A gente sempre comemora bebendo.
Nossa amizade é só beleza
Um teatro de circo de palhaços perfomáticos
A gente sempre guarda uma pra depois.
Nossa amizade não tem sombra
É só companheirismo e lealdade na boa fortuna.
A gente sempre paga uma saideira.
Nossa amizade é diversão
Sobram risos nas madrugadas eternas,
Nossa amizade não é da derrota.
28 outubro 2010
26 outubro 2010
25 outubro 2010
24 outubro 2010
20 outubro 2010
Rapidinha
Já a análise de breves encontros é duradoura
Na falta de concreto, se vira na fantasia
Sem conhecer seus espinhos
aumento a flor que vi um dia
Fica gigante demais... ilusão.
Não sei chegar aí
Se sabes o caminho, vem logo,
toma minha atitude.
O Carlos solucionou,
Sei que ausência não é falta
Mas isso fica só na cabeça.
O Manuel alerta,
Na consciência do vazio
A razão não ajuda.
11 outubro 2010
09 outubro 2010
08 outubro 2010
30 setembro 2010
Bardo Mestre
Uma figura central,
Uma estrela do alarido
do seu próprio carnaval.
Se diz o dono da bola
mesmo sem ter time.
mas toda glória suprime,
No medo e na posse se esfola.
Confortável na soberba,
a nada se rende...
Na ansia de ditar,
não aprende.
Vaidoso e inconsistente,
Atravessa bruscamente.
maestro na cabeça, do Brasil.
maestro só da puta que pariu.
23 setembro 2010
A mulher que virou homem
Eu tenho medo que você se case tão moço
Eu me casei e veja o resultado
Eu tô atolado até o pescoço. (x2)
Minha mulher apresar de ter saúde
Foi pra Hollywood, fez uma operação
Agora veio com uma nova bossa
Uma voz grossa que nem um tufão
Quando eu pergunto: o que é isso, Joana?
Ela responde: você se engana
Eu era a Joana antes da operação
Mas de hoje em diante meu nome é João
Não se confunda nem troque meu nome
Fale comigo de homem pra homem
Fique sabendo já de uma vez
Que você me paga tudo que me fez
Agora eu ando todo encabulado
E essa mágoa é que me consome
Por onde eu passo todo mundo diz
Aquele é o marido da mulher que virou homem.
(Jackson do Pandeiro)
20 setembro 2010
13 setembro 2010
06 setembro 2010
03 setembro 2010
Nada de você espero
só quero que me note
no meio desse céu estrelado
vê que eu sou bonito ridiculo
que faço papelão, os pés pela mão
O rei do carnaval
e um simples folião
Pára na minha frente
Sem me dar uma brecha
e nas aéreas mudas de idéias
Não se entrega por vaidade
jamais faz caridade
não sabe nada de peso.
02 setembro 2010
31 agosto 2010
24 agosto 2010
13 agosto 2010
depois, antigamente,
Voce se chegava com os caras que faziam musica,
Era bom conhecer os que conheciam os escritos,
Vieram os que conheciam os que conheciam os escritos
e tambem os que faziam registros de musica.
Sabia-se dos monolitos.
pula um pouco porque ninguém tem certeza mesmo.
Seguimos para aquela listagem de pintores que explicam a história
Já era preciso saber das sinfonias, concertos e errados.
Os davis e as pietas, muita tela.
As escolas, ballets
e outros batuques, os revolucionarios,
Aqui tem muita coisa já.
Um mínimo básico equivocado conhecimento do oriente.
Os poetas ou poesia,
os outros que escrevem, musica, dança, tintas...
ler o jornal.
compra o disco,
E ainda veio fotografia, cinema, o cinema francês,
contemporâneos, contemporâneos, etc..
DJs
As cenas, 60, 70, 80
Hoje você conhece rock underground ou samba de raiz,
mestre beltrano do reco-reco sagrado de Piraporinha.
é genial !
instalações,
Vivência artistica conceitual.
Descontrução de linguagens.
Contato e improvisação.
Releitura do pós.
outras coisas que nem dá pra por um nome.
e muitas mais que eu não mencionei e você vai lembrar.
e mais as que eu esqueci mesmo.
Além de todas as anteriores é claro.
E não necessariamente nessa ordem...
- Foi mal, mas eu nunca ouvi falar desse cara.
12 agosto 2010
10 agosto 2010
ou almoçando com olhar no vazio
teu riso me vem.
caminhando no vento frio
inverno dentro e fora,
teu riso.
no silêncio de uma madrugada de dia útil
ou no meu café solitário,
me vem teu riso
Num acorde triste de um tema de São João
Num confete do carnaval ainda preso no chapéu
só teu riso
nada explica,
não resolve...
teu riso não é meu.
28 julho 2010
14 julho 2010
09 - 25, 25 - 09
Julgamentos alheios eu tenho de sobra.
Sonhei com você na madrugada,
Não sei se jogo na vaca ou na cobra.
Deixei de te amar pela tua língua,
Na tua presença a minha poesia empaca.
Você tava no meu pesadelo,
Não sei se jogo na cobra ou na vaca.
07 julho 2010
é só fraqueza minha,
não sei muito do óbvio. claro.
Se aperreie não,
De tanto reprimir instintos
chego a não tê-los.
Se aperreie não,
sempre chega alguém mais fácil,
Cineminha com mcdonalds.
Se aperreie não,
que o leve existe.
solte uma pipa sem se empinar.
A cortiça portuguesa já era,
mas inventaram a rolha plástica.
Vinho há de haver.
Se aperreie não,
De tanto ficar no seco
Eu já nem sinto muita sede.
Se aperreie não,
Porque tá tudo cristalizado
um dia a gente faz uma jóia.
Se te aperrear com isso,
lembra que tem semente do velho Egito
que só brotou na idade média.
Nossa amizade é sucesso
A gente sempre se encontra quando eu te procuro.
A gente sempre comemora bebendo.
Nossa amizade é só beleza
Um teatro de circo de palhaços perfomáticos
A gente sempre guarda uma pra depois.
Nossa amizade não tem sombra
É só companheirismo e lealdade na boa fortuna.
A gente sempre paga uma saideira.
Nossa amizade é diversão
Sobram risos nas madrugadas eternas,
Nossa amizade não é da derrota.
05 julho 2010
26 junho 2010
24 junho 2010
Planta semente de fruta doce na dureza impenetrável.
Traz o novo sem querer, sem nomear, sem dó, sendo.
Não tem origem que se ache, é vinda de toda parte.
Segue o voô sem saber que pedra amoleceu, fertilizou.
Experimenta o chão nesse broto sedento.
Ela adora essa pausa.
A pedra não é só
e em silêncio, agradece.
19 junho 2010
10 junho 2010
Pano de toureira
Me consumo na dúvida, expectador.
Tô perdido no teu balanço
Mas nosso encontro sabe chegar.
Te disse que não ligo pra ausência,
Que não detesto distância.
Que agonizo mais acima,
No tempo que se perde disso.
Sei que tive ontem errado,
Te olhei e vi menina
Em noite de cegueira quase plena.
Tenho hoje só cotidiano,
com você na noite em claro,
Hei de ter amanhã certeiro.
e oque
é uma casa vazia.
e oque sobra no fim
é sem mistério.
e oque morre depois
é esperança.
e se chegar a ser nada,
é intervalo de algo.
03 junho 2010
Que você tem certeza de uma coisa
Que eu tenho certeza
Que não
Minha poesia consiste
em subdividir certas frases
em mais linhas do que o necessário,
desperdiçando papel.
diz que não.
-------------------
"Não vou gostar de quem não gosta de mim"
Isto tem um probleminha no fim.
"Só vou gostar de quem só gosta de mim"
é caso sério, bem mais sério, sério sim.
Porque daqui a pouco
Se ninguém gostar de mim
condenado eu estaria
a não gostar de ninguém mais.
é necessário nesse mundo dar um tempo,
até sem tempo pra poder gostar de alguém.
é necessário nesse plano ter um tempo,
pra gostar de quem não gosta de ninguém.
22 maio 2010
Te vi lá
graças à Deus e ao Nelson do Cavaquinho
tava seguindo no meu caminho,
casa florida encontrei,
Projetei
Tão belas flores em carne e osso
Chorando a missa derradeira,
meu último compromisso.
Entre disfarces de abraços solidários
Se equilibrando nas etiquetas,
Tão bem descabeladas no irreverssível
Disputavam as alças na unha.
No canto, um olhar no vazio,
encolhida abraçava os joelhos
de moletom preto e lágrimas.
Te vi, mais linda, pior.
Atropelada, porrada da minha falta,
bem longe de se livrar de nós,
Em meu sonho que é sabido,
Você sempre enfeita o meu fim.
17 maio 2010
passa em claro
com imagens de gestos
As minhas passam longamente.
Acompanhado da tua ausência
Tranformo isso, no silêncio.
As vezes me toco,
vibro
com os gênios.
As vezes te escrevo
Uma coisa que se insere
Na escola artística da minha geração
Um noite sempre passa
até pelo vão da porta
porta frio
As vezes me anestesio
E o relógio anda
não crio
Rio da sua descolada
E penso que eu devia meter o pé
Fica aquele suspiro
Um noite sempre passa
depois
12 maio 2010
11 maio 2010
Que querer eu quero?
é claro.
mas hei de te fazer
bem demais.
Tenho tempo pra todo muito
bastante pra colher fruta madura
Não disputo com piá
A manga do começo do verão
A deliciosa vai cair
Na semana que vens,
no meu colo,
nas minhas cabeças.
Que querer eu quero?
Não te digo mesmo sem saber,
Só faço a mínima idéia
de que é bom de tá perto
e ainda melhor de tá junto
e principalmente dentro.
Não deixo pra platéia
nem metade do meu olhar
nem trecho do teu riso que não é só
minha benção de Oxalá
Teu descolo.
Meu sucesso.
Me deixas tão jovem
quando me abana na Sapucaí
rindo...
e vai indo...
Pode tirar chapéu pra mim,
Mas deixa eu abrir a porta.
E quando entrar, repara.
Porque é verdade.
Eu sou demais
E sou bem vindo.
06 maio 2010
sempre a cicatriz a vista
a falta é mato.
a fartura é que é raridade
O atrito é constante no universo
a vida se faz nisso
A pausa não existe
Foi idealizada, é utopia
O tempo que te espero só
não é espera, é perda.
A paz nunca veio,
Só a luta se registra.
A conquista é instantanêa.
Ainda que demore séculos pra ser alcançada,
Dura o tempo de um peido
sempre sucedida de algo menor e menor.
No meu rancho lá na serra,
Nosso momento mais sublime
virou esquecimento, até duvidam.
Hoje é só um causo na minha memória.
Na minha cabana na Bahia
Nosso cheiro se perdeu.
Foi tão fogoso, tão cigano
Mas ninguém fotografou.
Aquele dia eu te disse,
Com alma aberta, como nunca
Mas você não ouviu
Ou ouviu mas esqueceu.
01 maio 2010
50 centavos
Eu não sabia oque fazer.
Te ofereci uma itaipava
Mas o cara não fez duas por cinco.
A solução foi dividir
E você não achou romântico
A noite tava tão quente
A cerveja estava também
Num momento de tristeza
Me faltou destreza
Na tua frente engasguei
E a cerveja, morninha, babei.
Já não tinha mais conserto
Nem dava pra piorar
A vergonha de estar por perto
Pairava no seu olhar
Era o nosso primeiro lance
E eu não fui atento
O tempo não volta jamais
arrependido, não vivo em paz.
Você foi dançar forró com o Ataliba
No cantinho eu resmunguei:
"só me faltaram 50 centavos,
Matemática eu estudei."
28 abril 2010
Playboy perdeu.
Vocês é fulano de tal
e eu não sou normal.
Não venham tentar me iludir.
Com o brilho dessa vaselina.
Sabonetes grandes e pequenos
Desfilam na noite estrelada.
Tem panelinha que põe pressão
Vendendo o meio do olho e os discos.
Todo mundo já manjou os malditos
Esse mundinho sempre soube dissos.
Um critério pra cada freguês
Não fui hippie nem sou nagô.
Eu sou vip, não tô com vocês
Sou da faxina que nunca chegou.
O messias que nunca veio
Já morreu na sarjeta outra vez.
Aquele protesto, a gente não foi
E o dinheiro já nem me dá oi.
27 abril 2010
Aviso aos Juniores
É bom já ficar avisado.
Que eu só sou filho da minha mãe.
E não nasci em disco de ouro.
Eu não sou filho da Elis Regina.
E minha mãe não deu pro Jair.
Mas antes de dar na tua cara
Vou te dar a chance de sair.
Enfia o release entre as pernas
E choraminga que eu sou um animal
Pede um protools de natal.
E vá gravar outro disco boçal.
Eu não ganhei festival do papai.
Eu não sou filho daquele vinil
E você que tão cedo já sai,
Vá pra produça que lhe pariu.
22 abril 2010
Um Bodegueiro Na Fiec
Você não faria a menor falta
Num dia de domingo no Beach Park
Eu não te levaria nem morta
A passear comigo no Iguatemi
Eu não me atreveria a passar vexame
Perante os meus amigos lá da Aldeota
Pois agora eu tenho o maior respaldo
Nas altas paneladas da alta sociedade
Eu sei que a burguesia fede
Mas tem dinheiro pra comprar perfume
E além do mais o high society
Leva chifre e não tem ciúme
Eu sou "in", não sou "out" - eu sou VIP
Agora com você eu não quero nem ovo
Eu sei que o meu passado agora me condena
A sua presença só me prejudica
Suja a minha glória, borra a minha fama
Pois hoje eu sou pessoa muito benquista
Com muita influência no meio das rodas
Até já fui chamado pra dar palpite
Na vida sexual da Primeira Dama
19 abril 2010
Se esmaga com respeito
pisando descalço e devagar.
não se fere sem soprar.
É uma forlateza de areia fina.
Nem dinamites nem marretas,
Pra destruir, use a brisa
naquela cena bela, triste...
Mora sempre na véspera do sangramento
Que já batizou de sina,
Mas exige do algoz a reverência.
Não pode com tanta grosseria
Com esse tempo de ninguém com tempo,
Esse atropelo impessoal, gelado.
07 abril 2010
Me perdi
tô em nova friburgo...
Que que eu faço?
Vou de trem,
de metro, avião...
Que embarasso
Me perdi,
Sei se volto se vou ou se fico...
Que que eu quero?
Vou tomar uma pinga
onde a dor choraminga
e cantar um bom bolero.
(Pedro Gonza e Carlos Zimbher)
06 abril 2010
Inspirado na professora do Charlie Brown
- sim
blablablablablabla
- legal
blablablablablablablabla
- interessante
blablablablablablablablablabla ?
- ...
Bla ?
- ...
05 abril 2010
fósforo sem atritos.
Já não aguento esse gasto.
Uma agonia que não tem nada de concreto.
Já nem conheço mais a pista.
Aquele sorriso ou o olho ?
A espinha exposta que não foi,
nem os ossos.
Ao pensar na tua primeira indagação
Naquele breve encontro que não encontrei.
Naquele beijo que acho que ia.
Vejo que o demônio espreita
no não realizado,
no que distrai da vida.
E te acho tão covarde quanto eu...
menino...
medroso...
27 março 2010
Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal.
24 março 2010
His face so soft and wondrous fair
The purest eyes
and the strongest hands
I love the ground on where he stands
I love the ground on where he stands
Black is the color of my true love's hair
Of my true love's hair
Of my true love's hair
Oh I love my lover
and well he knows
yes, I love the ground on where he goes
And still I hope
that the time will come
when he and I will be as one
when he and I will be as one
So black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair
22 março 2010
Depois de um turbilhão ainda penso.
Fuga nas datas,
nos cedos da vida.
Faça,
Tua dança de me abanar.
Faca na fruta,
me prega uma peça.
sem pressa,
mas sem objetivo.
Sou menina tímida.
Não posso te me oferecer,
ou que me te ofereça.
Prefiro que uses teu dom, juan.
Ô purinha que me envenena,
saiba que sangro muito sem deixar.
Faltas,
Depois do turbilhão ainda penso.
E o barulho não me distrai disso,
Faltas.
17 março 2010
Quer sentir toda a bela pausa
Ver teu rebolado de longe
Acomodado nos teus fartos seios
te respeita demais.
me aproxima mas não chega
quer uma certeza pra agir
isso não existe aqui.
é exposto, sem coragem
se perde na comunicação
te assusta na linguagem
Não quer jogar
Se justifica, ridículo
Foge do risco.
12 março 2010
Glaucoma
Tem gente morrendo a toa.
Tem gente nascendo demais.
O luxo que tava aqui antes de nós
nunca foi suficiente pro nosso egoísmo
Agora, nem dividindo.
Competir é a religião em prática.
e como somos fiéis.
Todos nós tomamos boladas
de peladas alheias.
mas produzimos também
pedradas perdidas.
dito, não dito.
redito no ouvido não edito.
Não me defenda.
como? te cuida.
desculpa? as vezes me ataco
no meio do racha dos outros.
E na minha guerra interna,
mato uma barata que não sabe de nada.
11 março 2010
eu te sirvo
pressentimento demora pra confirmar.
Gotas salgadas
descendo pelo cangote.
Ânsia da tua intimidade
continuado vinculo assustador
abrimos no meio da dança
de Shiva. imensa.
que problema.
que demais !
sem desculpa,
sem porque.
pede a saideira
não sai.
me despe da cabeça
me despe da fantasia.
interroga, não responde
me azucrina
me tortura
não permita minha réplica.
fala manso sem palavras.
Arranca meus álibis.
me exige direto,
eu te sirvo.
10 março 2010
Ausência
que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços
que rio e danço e invento
exclamações alegres
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
08 março 2010
Av. Dr. Arnaldo 666
Quando eu Voltar dessa jornada
A7 /// D7/F# A7 D7/F#//
E nem o samba puder me consolar, Laia Laia
E7/G# F#7
Dessa (nossa) história malfadada
E7 A7 D //
Não quero ter que me lembrar.
F# // Bm //
Eu não vou ficar dismilinguido,
E Dº D F#
Celebrarei o fim da nossa química,
G F# Bm //
Você já estará me esperando
G F# Bm
Bem em frente ao hospital das clínica.
G A D //
O endereço é bem arborizado
Dº E7/G# F# Bm7 //
E a viiiiizinhaaança não vai reclamar.
G F# Bm //
O veneno que você traz guardado
G F# Bm //
Não terá destino à destilar.
C#7 F#7 Bm7 //
Essa linda e perpétua morada
C#7 F#7 Bm7 //
Tua residência pra sempre será.
C#7 F#7 Bm7 //
Serei feliz ao te ver sepultada
C#7 F#7 Bm7 //
Lá no cemitério do Araça.
(Pedro Gonza/ Zimbher Carlos)
---- praticamente pronta -----------
VIII
E teve Rufus, Quintius, Gelius
Inacius e Ravidus
Tu podes muito bem, Dionísio,
Ter mais cinco mulheres
E desprezar Ariana
Que é centelha e âncora
E refrescar tuas noites
Com teus amores breves.
Ariana e Catulo, luxuriantes
Pretendem eternidade, e a coisa breve
A alma dos poetas não inflama.
Nem é justo, Dionísio, pedires ao poeta
Que seja sempre terra o que é celeste
E que terrestre não seja o que é só terra.
(Hilda Hilst)
Põe
entrando calmo de travesseiro
tua voz sorrindo mais ou menos
no lugar certo de seduzir
Põe um surdo na ponta do pé
e chuta
teu berro num rock incomodando
Ferro na testa da madrugada
Se afina logo
Tranca a porta por dentro
tamborim piscando na minha insônia
De couro quente
Gira tua saia
Me põe na roda.
03 março 2010
26 fevereiro 2010
25 fevereiro 2010
(Elton Mendeiros/Hermínio Bello de Carvalho)
Ai ardido peito
Quem irá entender o seu segredo
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor
Ai mas quem virá
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada
Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade
http://www.youtube.com/watch?v=SLglXm6vjzQ
10 dezembro 2009
Honlaini
Até Karma a gente arruma na internet hoje em dia.
Bastante entulho concreto que a gente pega nesse meio virtual.
Sou para-raio de maluco até aqui.
"Muita Karma meu filho, muita Karma."
09 dezembro 2009
30 novembro 2009
Voltando pro meu concreto
Cozinhei pros amigos baianos abafando com os meus dotes culinários.
Mostrei minhas belas raizes e talentos seculares.
Praia, sol, mar e cerveja.
A noite um encontro pra lá de delicioso com um casal mais do que querido.
Até minha renite percebeu que a volta à São Paulo está próxima e resolveu se manisfestar.
Amanhã finalizo essa jornada que apesar de bastante intensa foi apenas o primeiro de muitos passos no rumo da fé.
Salvador é foda.
E é pá porra !!
27 novembro 2009
Acordei as 11, depois as 14 e depois as 16...
Me preparando pra dezembro.
Hoje vou ver um samba de raiz vai começar tarde (22:00).
A roda inclui dois filhos do lendário Batatinha.
Devo chegar em casa depois da meia-noite... um abuso.
Mais cedo, comi um pão com ovo e estou de pouco tóxico.
Nada de coca-cola e depois de um resguardo religioso,
parei de fumar de novo.
Espero que Sampa ainda exista na semana que vem.
Tô com saudades de vocês...
Não todos os meus milhares de leitores,
mas os que interessam.
Ahhh !
Estou rosa.
E Vai Flamengo !!!
Saudações
26 novembro 2009
25 novembro 2009
Aquele do machado.
Saudei-o no melhor lugar possível.
Desconfio que seja sua morada preferida por essas bandas.
Repeti os movimentos de outros súditos com grande alegria.
Quase me senti contentemente adequado.
Beijei a mão da rainha encarnada
e recebi minha benção.
Já foi coroada e senta no trono
Mas a majestade seria clara sem nenhum paramento.
Basta pisar alí pra desligar os sons das dúvidas.
Não me lembro do que pensei, provavelmente nada.
Mas senti um tanto.
Um tanto bom.
Um tanto claro.
Um tanto forte.
23 novembro 2009
Fiquei jogando fora, sussurando pertinho pra ele levar meu excesso de bagagem, fiz até algum afago com os dedos... ele transmitia uma paz invejável. Acho que ele tava mais por dentro dos babados do que eu.
Não que eu tenha pudores com os sacrificios da liturgia, os vegetais também são sacrificados, o nosso tempo é sacrificado a cada respirar, o amor é sacrificado em cada beijo e por aí vão os sacrificios do mundo...
Mas na hora que eu ouvi o Zé Nilton mandando eu soltar o bicho tudo fez muito mais sentido:
- Vai menino ! Joga pra cima !
E foi. Voando na mata.
Sacrificando muitas dúvidas.
21 novembro 2009
Dia da consciência
Meu cordão de isolamento.
Tentei participar mas não foi possível.
Todo tempo e energia foram gastos na vigília dos meus bolsos vazios de dinheiro.
A toda hora tinha alguém metendo a mão ou então um daqueles vários esbarrões maliciosos.
Uma senhora de uns setenta anos quase me levou esse caderno, tentou três vezes até que a empurrei sem muita força... de qualquer forma, não lhe serviria de nada.
No balanço, não me levaram nada além do gozo que não tive, da festa que não vi e da música que não dancei.
Talvez tenha sido muita audácia querer participar do dia da consciência negra junto com os negros mas a porrada da verdade ainda está me doendo.
Único branco até onde minha vista alcançava naquela multidão negra, senti a escrevidão na pele... Quando as grades são invisíveis é quase impossível arrebentar os cadeados.
Tentei enxergar até onde ia minha isenção mas acho que minha miopia não permitiu.
Lá pelas tantas, desisti, peguei um taxi e voltei pra senzala dos gringos, essa sim bem definida com grades e policias.
Não julgo os motivos e nem estou procurando culpados, eu já deveria saber que aquela rua não era minha e os camarotes muito menos.
“Adequado” é um adjetivo que nunca me serviu.
20 novembro 2009
18 novembro 2009
Durante o tempo que estive lá uma sensação de plenitude, esqueci da fome, esqueci até de coisa mais concreta.
Obviamente, não é qualquer estrangeiro que vai chegando e tendo audiência com a Rainha. Logo me avisaram secamente: " - Só em janeiro você marca jogo... sem chance."
Teimoso que sou, continuei esperando oque já tinha sido um não, logo depois ela passou na salinha procurando alguém, dando uma bronca numa filha de santo, uma nobreza arrebatadora, já tinha valido a viagem. Aquela energia silenciou minha ansiedade. Fiquei numa de pensar um monte de coisas ao mesmo tempo mas sem conflito, num ritmo de João Gilberto.
Nem me viu, só passou... e rápido. Era enorme...
Teimoso que sou continuei esperando na salinha (esperando oque?).
Uma escudeira me abordou e me levou pra conhecer todas as casas, a de Oxalá era enorme. Me mostrou o Ilê inteiro, estava saudando todas as casas na sua obrigação diária, linda, jovem e Axézenta pacaralho. No final, acho que gostou de mim, me convidou pro Padê quarta que vem. Uma nova chance....
Quando saí de lá, a fome as dúvidas voltaram.
Nosso caminho, só a gente mesmo pode caminhar.
16 novembro 2009
Na baixa do sapateiro encontrei um dia.....
Parte I - COMUNICANTE
TIPO DE ENVOLVIMENTO: VITIMA NOME: PEDRO GONÇALVES JANEQUINE; CUTIS: LEUCODERMA (BRANCA)SEXO: MASCULINO DATA DE NASCIMENTO:12/09/1979 NACIONALIDADE: BRASILEIRA; RELIGIÃO: CANDOMBLÉ Nº da INDENTIDADE:29.xxxxxxxxxx ; etc....
Parte II - FATO
DATA: 15/11/2009 HORA: 12:00 LOCAL: RUA DA INDEPENDÊNCIA PRÓXIMO AO CORPO DE BOMBEIROS BAIRRO: BAIXA DOS SAPATEIROS (1ª CIRCUNSCRIÇÂO)
Informa o comunicante que foi surpreendido por três individuos, sendo um de cor parda e os outros de cor negra e que após entrarem em luta corporal, subtrairam sua bolsa de couro de cor marrom que estava a tira colo, contendo os seguintes itens: uma camera fotográfica digital da marca canon; um cartão de débito do banco bradesco; um chaveiro contendo cerca de dez chaves; dois cadernos de anotações; um saco de pano com objetos de higiene pessoal. Diz ter solicitado apoio de uma guarnição da polícia militar que efetuou diligências sem êxito. Fato levado ao conhecimento da autoridade plantonista.
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não se preocupem, está tudo MUUUUITO bem. Só queria registrar que houve luta corporal.
Beijos
12 janeiro 2009
08 janeiro 2009
constipada vagarosa
da minha emoção alheia por completo,
minha opaca imagem era só cabisbaixesa
Uma idéia,
fogo.
nada de transparecer
naquela imagem que era só gripe
um interesse mais solar
de uma comida nova,
invisível.
um cara tonto falador
lesado de febre...
não se via a mente desperta que eu experimentava.
19 novembro 2008
30 setembro 2008
03 junho 2008
Who do you love?
I walked 47 miles of barbed wire, I use a cobra snake for a necktie
I got a brand new house on the roadside, made from rattlesnake hide
I got a brand new chimney made on top, made out of a human skull
Now come on, take a little walk with me, Arlene and tell me who do you love?
Who do you love?
Who do you love?
Who do you love?
Who do you love?
I've got a tombstone hand and a graveyard mind, I'm just twenty-two and I don't mind dyin'
Who do you love? (x4)
I rode around the town'n use a rattlesnake whip, take it easy Arlene don't give me no lip.
Who do you love? (x4)
The night was dark and the sky was blue, down the alley a house wagon flew
Hit a bump and somebody screamed, you should'a heard just what I seen.
Who do you love? (x4)
Arlene took me by my hand, she said, "Ooo-eee Bo, I understand"
Who do you love? (x4)
(Bo Diddley)
09 maio 2008
Com meus súditos a gargalhar
carro importado, blindado, tunado..
vejo um tanto de miséria no desfile.
Prefiro a voz de uma negra gorda.
Saí do palácio a pé pra fazer a feira
Alho, limão, pimenta, parmiggiano, etc...
Vi um brinquedo bonito, luminoso
aceitavam parcelamento.
É melhor, maior e mais barato.
Sou chocolate belga,
macaxeira na fogueira.
Já fui estrangeiro ilustre
até em casamento de índio.
- Licença...
Paulistano chocado.
Português de quinta.
Italiano aristocrata.
Baiano de pouco suor.
Quatrocentão mesquinho, jamais.
Sou de honra obsoleta
De que vale? vale quanto?
naõ vale nada
mas não tem preço.
Quer comprar?
08 maio 2008
caraiva
de sossego, inevitável lembrança.
Os burocratas escrevem a história
sonhando com seus dias de bonanza.
10 janeiro 2008
30 novembro 2007
Sob Medida
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
Sou igual a você
eu nasci pra você
Eu não presto
eu não presto
Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece
(Chico Buarque)
09 novembro 2007
TERESA
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
(Manuel Bandeira)
06 novembro 2007
na intolerância do teu ouvido
Teria reparado
no teu receio.
Naquele gol urgente,
No meu abraço solitário.
Teria reparado
no que é merecido?
ou teria reparado
Nesse que não te espera.
E te quer moldada
sem saber quem és.
Teria você reparado?
no cristal quebrado
desse nosso fado.
Naquele cadeado
que fechava antes do motor ligado.
fechava...
20 outubro 2007
Coroné Antonio Bento
No dia do casamento
Da sua filha Juliana,
Ele não quis sanfoneiro
Foi pro Rio de Janeiro
Convidou Bené Nunes pra tocar.
O lê, rê, ô lá rá
Nesse dia bodocó
Faltou pouco pra virar.
E todo mundo que mora por ali
Nesse dia não pode arresistir
Quando ouvia o toque do piano
Rebolava, saia requebrando
Até Zé Macacheira que era o noivo
Dançou a noite inteira sem parar.
Que é costume de todos que se casam
Ficar doido pra festa se acabar.
( Luiz Wanderley / João do Vale )
09 outubro 2007
difícil
lenda te enxergar.
Aéreo. não volta.
Incorpora teus delírios.
auto-elogio.
que vantagem ?
Esse rei aí, aquela diva também,
na europa, nos EUA....
"Já veio aqui em casa, trabalhou pra mim..."
Vai pra lá, vai pra cá.
Não sai mais do lugar.
Diz que tá construindo um palácio dourado.
Não caberá dentro dele...
Não cabe mais dentro disso.
02 outubro 2007
05 setembro 2007
28 agosto 2007
teu aperreio
não sabe de onde vem o vazio.
Compras teus brinquedos,
não tem descanso da agonia.
Teus sonhos realizados
e desejos atendidos
só te falam que tu podes
ou que alívio não existe.
O que tá dentro
testemunha tua existência
mas não te conhece.
A paz que te falta
não virá de fora.
certeza só terás do fim.
24 agosto 2007
20 agosto 2007
As vezes eu acordo e penso em como vou sobreviver, ganhar dinheiro, independência, etc... só que daí eu acho o monstro muito grande, me dá uma profunda preguiça, eu encarno a inconsequência e desisto. Quando eu não penso, eu faço. Um dia, fazendo sem pensar eu acabo ficando adulto no mundo capitalista. Pensar com o vislumbre de como anda o planeta é desanimador, desesperador e me dá essa culpa de me achar covarde. Tem uma cabeça que me ajuda, é privilegiada e é oque me faz ter tudo que tenho, inclusive você. Tem uma outra que é minha inimiga, me pára. Se eu mato ela, viro bicho, se eu não mato, fico prisioneiro... Fujo, sem pensar. Só assim consigo agir.
08 agosto 2007
Comunidade
outro de uma casa; primeiro veio um e pôs-se
junto à entrada, depois veio, ou melhor dito,
deslizou-se tão ligeiramente como se desliza uma
bolinha de mercúrio, o segundo e se pôs não
distante do primeiro, depois o terceiro, depois o
quarto, depois o quinto. Finalmente, estávamos
todos de pé, em uma linha. A gente fixou-se em
nós e assinalando-nos, dizia: os cinco acabam de
sair dessa casa. A partir dessa época vivemos
juntos, e teríamos uma existência pacífica se um
sexto não viesse sempre intrometer-se. Não nos
faz nada, mas nos incomoda, o que já é bastante;
porque se introduz por fôrça ali onde não é
querido? Não o conhecemos e não queremos
aceitá-lo. Nós cinco tampouco nos conhecíamos
antes e, se quer, tampouco nos conhecemos agora,
mas aquilo que entre nós cinco é possível e
tolerado, não é nem possível nem tolerado com
respeito àquele sexto.
Além do mais somos cinco e não queremos ser seis.
E que sentido, sobretudo, pode ter esta
convivência permanente, se entre nós cinco
tampouco tem sentido, mas nós estamos já juntos e
continuamos juntos, mas não queremos uma nova
união, exatamente em razão de nossas
experiências. Mas, como ensinar tudo isto ao
sexto, posto que longas explicações implicariam
já em uma aceitação de nosso círculo? É
preferível não explicar nada e não o aceitar. Por
muito que franza os lábios, afastamo-lo,
empurrando-o com o cotovelo, mas por mais que o
façamos, volta outra vez.
(Franz Kafka)