24 novembro 2012

Sem alvo

Você um dia me disse
Que jamais cantaria a morte
Não queria nem pensar...

Penso no que faziamos ali
Eu comprei vinho, inventei
Que o vinho traz a verdade

Até fiquei ofendido,
Um tanto de morte bonita por ai,
morte é mais do que a decomposição

Fico pensando oque você quis,
oque eu não paguei pra ver,
problema meu...

Um adubo artistico,
gênios sempre usaram,
A musa é morte tambem.

Fico pensando hoje
Oque queria te chamando na rua, ou você
Porque carne, só, não era

Carnaval, alegoria da vida
e da morte. se fosse só luz,
só vida, não te seduzia

Penso nisso
Ficar pensando é da morte
É muito nesse caso

Você veio algumas vezes com dificuldade
Nosso encontro era tão raro e fragil
Não serviu para aquele tempo

E eu pensava...
E sofri mais que o normal,
Pesou de mais pra algo inconcreto

Algo ficou pra decifrar no teu silencio
Dessa lenda de que nada se perdeu
nada demais...

E a raiva sem alvo (não sua) que insiste
De saber que talvez você venha
E eu posso não estar

de novo

pensando demais