17 dezembro 2010

Nessa sexta-feria branca,
tão branca,
Pairo sobre a correria.

Saudando e louvando
o silêncio,
em silêncio.

09 dezembro 2010

Tava mais trouxa empolgado.
Tava mais falador, mais tocado.
Acendendo a fogueira, me queimando.

To meio tiozao tomando whisquinho.
To meio entediado com a natureza.
evacuando e caminhando.

08 dezembro 2010

Ai que saudades terei de voce
daqui ha algumas decadas
dessa ventania que me abate
dessa minha ignorancia...

Que saudades sentirei a beça
desse cheiro sujo de juventude
da tua cara limpa de maldade
das minhas descobertas raras

Que medo que eu sinto
de ter me atrasado

Que medo que eu sinto
de nunca mais

06 dezembro 2010

Sabe que oque vale é o egoismo né?
O meu,
Não o seu.

Oque eu fiz aquele dia contigo
fiz baseado numa coisa que eu pensei
e que eu nunca te falei. fiz só.

Você já tirou uma coisa do meu caminho porque sabia que eu nao ia gostar.
Você ja fez uma coisa longe de mim porque sabia que eu nao ia concordar.
Porque você sabia.

a gente sempre sabe...

Quando eu falo você
eu tiro de mim,
egoista que sou.

Eu falo você pra nao dizer eu
Falo você pra te tirar de mim
egoista que sou.

30 novembro 2010

Promessa

Eu queria te dar uma piteira bonita
dourada, talvez com uma pedra vermelha
ou prateada tambem, bem comprida.

Eu quero te dar um piteira bonita
Pra me deitar no seu batom
e te matar um pouquinho na fumaça.

Eu vou te dar uma piteira,
Longilínea, glamurosa,
Bonita.
O tempo me passa,
rápido,
Como um carro caro na estrada.

Me ultrapassa.
como um queijo quente em pé,
meu taxi chega na metade.

O tempo me foge,
lembro oque deixei de te dizer
escovando os dentes ao amanhecer

O tempo me atropela,
no despertador vespertino,
que afasta a solidão mas não me cura.

23 novembro 2010

O timido e a manequim

Se ela passar por mim olhando assim
Não sei se vou conseguir me controlar
Meu coração dispara feito um tamborim
Quando ela tira a minha paz
Com aquele jeito de andar

As vezes acho que ela sabe que eu existo
Mas nem por isso eu vou me declarar
Pois tenho medo de ficar
Na hora tão aflito
Inibido pela força de um olhar

Eu quis saber o que ela faz
Ouvi de dentro aquela voz dizer:
Não seja tão audaz
Ela é manequim
Já fez desfiles em Paris
Não vai ouvir conversa mole
De quem toca cavaquinho

É melhor não insistir
Para não se machucar
Este caso pode ter um triste fim

Não seja tolo, vai dar rolo
É jogo de aprendiz
Ela não é flor pro seu jardim

(Paulinho da Viola)

20 novembro 2010

Toma café eu vou,
café não costuma falar.

17 novembro 2010

Me guardo
Me seco
Me longe
Me só

Me entalo
Me travo
Me paro
Me calo
Me ensina
Me encena
Me insana
Me ensopa

Me fode
Me sacode
Me explode
Me acode

15 novembro 2010

Pela metade não serve.

12 novembro 2010

Frases de ontem e anteontem

"Se eu fosse sincero a gente não seria amigo."

"Ir embora já? mas eu nem comecei a falar oque eu penso."

08 novembro 2010

As vezes sopras...
Quase não te ouço,
Fico falando sozinho.

As vezes ventas...
Te ouço tão dura e sucinta
Que paro assustado com teus ares.

Que já semearam teus risos
Já plantaram tua imagem
Nessa minha terra torta

O arado no meu peito é doído,
Mas me fez um solo fértil,
Já podes chover na minha horta.
ninguem coxixa comigo.
Quando a gente ta carente
ninguem da bola pra gente

04 novembro 2010

Nossa amizade é sucesso

Nossa amizade é tão legal
A gente sempre se encontra quando eu te procuro.
A gente sempre comemora bebendo.

Nossa amizade é só beleza
Um teatro de circo de palhaços perfomáticos
A gente sempre guarda uma pra depois.

Nossa amizade não tem sombra
É só companheirismo e lealdade na boa fortuna.
A gente sempre paga uma saideira.

Nossa amizade é diversão
Sobram risos nas madrugadas eternas,
Nossa amizade não é da derrota.

28 outubro 2010

já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo

morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma

morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma

(Leminsky)

26 outubro 2010

Lápide 1 - epitáfio para o corpo

Aqui jaz um grande poeta.
Nada deixou escrito.
Este silêncio, acredito
são suas obras completas.


(Lemisnky)

25 outubro 2010

Axé doidão.
Traz linha,
Não traz costura.
só quer rir de mim.

Você
Só quer
Rir de mim

sei que o riso é muito bom
mas andando só disso,
sempre isso,
isso não dá.


Isso
Não dá.

24 outubro 2010

"Deixa em paz meu coração,
Que ele é um pote até aqui de mágoa.
E qualquer desatenção,
faça não..."

20 outubro 2010

Rapidinha

Os fatos são tão rapidinhos
Já a análise de breves encontros é duradoura
Na falta de concreto, se vira na fantasia

Sem conhecer seus espinhos
aumento a flor que vi um dia
Fica gigante demais... ilusão.

Não sei chegar aí
Se sabes o caminho, vem logo,
toma minha atitude.

O Carlos solucionou,
Sei que ausência não é falta
Mas isso fica só na cabeça.

O Manuel alerta,
Na consciência do vazio
A razão não ajuda.

11 outubro 2010

(...)
Eu sou assim,
Assim morrerei um dia,
não levarei arrependimentos
Nem o peso da hipocrisia.

Eu sou assim,
Quem quiser gostar de mim, eu sou assim.
(...)

(wilson batista)

09 outubro 2010

assim mesmo que sempre foi.
quando a gente precisa que fica escasso.
se a gente implorar... desaparece.
tomando leva-se mais do que pedindo.

A especie eh muito evoluida
e o desrespeito continua seduzindo.
Os poetas sao louvados a distancia,
Os animais arrombam as portas e se fartam.

08 outubro 2010

Explodo
Grito sem direcao
Sem diplomacia, sem calma
sou uma fratura exposta

Vem tudo ou nao vem nada
se fosse facil era outra
eu vejo ninguem ve
eu nem vejo mais
Voce tem um Axé locão
De dar vontade
Traz linha
Não traz costura

30 setembro 2010

Bardo Mestre

Homem muito sabido
Uma figura central,
Uma estrela do alarido
do seu próprio carnaval.

Se diz o dono da bola
mesmo sem ter time.
mas toda glória suprime,
No medo e na posse se esfola.

Confortável na soberba,
a nada se rende...
Na ansia de ditar,
não aprende.

Vaidoso e inconsistente,
Atravessa bruscamente.
maestro na cabeça, do Brasil.
maestro só da puta que pariu.

23 setembro 2010

A mulher que virou homem

Meu pai me disse: meu filho tá muito cedo
Eu tenho medo que você se case tão moço
Eu me casei e veja o resultado
Eu tô atolado até o pescoço. (x2)

Minha mulher apresar de ter saúde
Foi pra Hollywood, fez uma operação
Agora veio com uma nova bossa
Uma voz grossa que nem um tufão

Quando eu pergunto: o que é isso, Joana?
Ela responde: você se engana
Eu era a Joana antes da operação
Mas de hoje em diante meu nome é João

Não se confunda nem troque meu nome
Fale comigo de homem pra homem
Fique sabendo já de uma vez
Que você me paga tudo que me fez

Agora eu ando todo encabulado
E essa mágoa é que me consome
Por onde eu passo todo mundo diz
Aquele é o marido da mulher que virou homem.

(Jackson do Pandeiro)

20 setembro 2010

Você chegou tão quentinha
Era tudo que eu precisava
Dividimos nossa missão
era tudo harmonia

To breaco
não nego
bye bye

13 setembro 2010

Talvez não seja o melhor momento,
sempre que vejo o sinal vermelho.
Indiferença,
Prefiro qualquer outra coisa.

Ja me bastei demais,
Não tenho terra minha
Talvez niguém...
Ninguém talvez...

06 setembro 2010

Você quer que eu te explique?
mesmo?

com um corte eu vivo melhor,
uma ferida melhora meu défict de atenção.

Não entendo essa doçura absoluta
Essa falta de espinhos.

Isso me deixa muito curioso
Quero ver se tens uma navalha

Não pra morrer no teu veneno
mas pra saber que você existe

03 setembro 2010

Olha aqui,
Nada de você espero
só quero que me note
no meio desse céu estrelado

vê que eu sou bonito ridiculo
que faço papelão, os pés pela mão
O rei do carnaval
e um simples folião

Pára na minha frente
Sem me dar uma brecha
e nas aéreas mudas de idéias

Não se entrega por vaidade
jamais faz caridade
não sabe nada de peso.

02 setembro 2010

Não tragas tragédia na trova,

sou craque na trave,

traído no trago

por um tris.

Não travo o tremor

dessa transa mal tratada

que não traz nada,

nem chega atrasada.

31 agosto 2010

Sede de horizonte
Sem ansiedade,
Vou segurando o tempo aqui.

Logo menos
Vou ter pausa de te ver
sem pressa, outros dias...

Agora me apresso...
Tempo de luta,
já tava na hora.

24 agosto 2010

"Faça suas orações uma vez por dia,
Depois mande a consciência junto com os lençóis pra lavanderia... pra lavanderia.."

13 agosto 2010

Antes era tudo mais tranquilo e sem registro.
depois, antigamente,
Voce se chegava com os caras que faziam musica,
Era bom conhecer os que conheciam os escritos,
Vieram os que conheciam os que conheciam os escritos
e tambem os que faziam registros de musica.
Sabia-se dos monolitos.
pula um pouco porque ninguém tem certeza mesmo.
Seguimos para aquela listagem de pintores que explicam a história
Já era preciso saber das sinfonias, concertos e errados.
Os davis e as pietas, muita tela.
As escolas, ballets
e outros batuques, os revolucionarios,
Aqui tem muita coisa já.
Um mínimo básico equivocado conhecimento do oriente.
Os poetas ou poesia,
os outros que escrevem, musica, dança, tintas...
ler o jornal.
compra o disco,
E ainda veio fotografia, cinema, o cinema francês,
contemporâneos, contemporâneos, etc..
DJs
As cenas, 60, 70, 80
Hoje você conhece rock underground ou samba de raiz,
mestre beltrano do reco-reco sagrado de Piraporinha.
é genial !
instalações,
Vivência artistica conceitual.
Descontrução de linguagens.
Contato e improvisação.
Releitura do pós.
outras coisas que nem dá pra por um nome.
e muitas mais que eu não mencionei e você vai lembrar.
e mais as que eu esqueci mesmo.
Além de todas as anteriores é claro.
E não necessariamente nessa ordem...

- Foi mal, mas eu nunca ouvi falar desse cara.

12 agosto 2010

Eu nunca mais tive pista do teu fado
E ontem sozinho e sem porque
Soube que me desejou demais
aquela moça gostosa que foi você

Porque não me disse antes
Que eu era acima da média em vários quesitos interessantes.
Hoje eu sei lá onde você tá,
Hoje eu não sei se ia encarar.

10 agosto 2010

depois que passa um onibus
ou almoçando com olhar no vazio
teu riso me vem.

caminhando no vento frio
inverno dentro e fora,
teu riso.

no silêncio de uma madrugada de dia útil
ou no meu café solitário,
me vem teu riso

Num acorde triste de um tema de São João
Num confete do carnaval ainda preso no chapéu
só teu riso

nada explica,
não resolve...
teu riso não é meu.

28 julho 2010

Eu queria estar aproveitando mais o tempo
o tempo que me resta
o tempo que podia nos restar

14 julho 2010

09 - 25, 25 - 09

Rompi contigo ontem,
Julgamentos alheios eu tenho de sobra.
Sonhei com você na madrugada,
Não sei se jogo na vaca ou na cobra.

Deixei de te amar pela tua língua,
Na tua presença a minha poesia empaca.
Você tava no meu pesadelo,
Não sei se jogo na cobra ou na vaca.

07 julho 2010

Se aperreie não,
é só fraqueza minha,
não sei muito do óbvio. claro.

Se aperreie não,
De tanto reprimir instintos
chego a não tê-los.

Se aperreie não,
sempre chega alguém mais fácil,
Cineminha com mcdonalds.

Se aperreie não,
que o leve existe.
solte uma pipa sem se empinar.

A cortiça portuguesa já era,
mas inventaram a rolha plástica.
Vinho há de haver.

Se aperreie não,
De tanto ficar no seco
Eu já nem sinto muita sede.

Se aperreie não,
Porque tá tudo cristalizado
um dia a gente faz uma jóia.

Se te aperrear com isso,
lembra que tem semente do velho Egito
que só brotou na idade média.

Nossa amizade é sucesso

Nossa amizade é tão legal
A gente sempre se encontra quando eu te procuro.
A gente sempre comemora bebendo.

Nossa amizade é só beleza
Um teatro de circo de palhaços perfomáticos
A gente sempre guarda uma pra depois.

Nossa amizade não tem sombra
É só companheirismo e lealdade na boa fortuna.
A gente sempre paga uma saideira.

Nossa amizade é diversão
Sobram risos nas madrugadas eternas,
Nossa amizade não é da derrota.

05 julho 2010

No raso eu não respiro,
Sou pedra de água funda.
Não me esgoto em papo furado,
Prefiro o miolo certinho.

24 junho 2010

Uma brisa leve numa pedra dura é uma benção.
Planta semente de fruta doce na dureza impenetrável.
Traz o novo sem querer, sem nomear, sem dó, sendo.
Não tem origem que se ache, é vinda de toda parte.
Segue o voô sem saber que pedra amoleceu, fertilizou.
Experimenta o chão nesse broto sedento.
Ela adora essa pausa.
A pedra não é só
e em silêncio, agradece.

19 junho 2010

Tem dia que é de matar
e tem dia que é de morrer.
Não tenho dia pra viver
em paz.

Tento me pacificar em vida
Mas não tenho sorte.
Só há paz na morte.
Bem resolvida é uma sepultura florida.

10 junho 2010

Pano de toureira

Quando me diz que vem
Me consumo na dúvida, expectador.
Tô perdido no teu balanço
Mas nosso encontro sabe chegar.

Te disse que não ligo pra ausência,
Que não detesto distância.
Que agonizo mais acima,
No tempo que se perde disso.

Sei que tive ontem errado,
Te olhei e vi menina
Em noite de cegueira quase plena.

Tenho hoje só cotidiano,
com você na noite em claro,
Hei de ter amanhã certeiro.
e tudo é alguma coisa.

e oque

e oque tenho pra amanhã
é uma casa vazia.
e oque sobra no fim
é sem mistério.
e oque morre depois
é esperança.
e se chegar a ser nada,
é intervalo de algo.

03 junho 2010

Eu aposto
Que você tem certeza de uma coisa
Que eu tenho certeza
Que não

Minha poesia consiste
em subdividir certas frases
em mais linhas do que o necessário,
desperdiçando papel.

diz que não.


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"Não vou gostar de quem não gosta de mim"
Isto tem um probleminha no fim.
"Só vou gostar de quem só gosta de mim"
é caso sério, bem mais sério, sério sim.

Porque daqui a pouco
Se ninguém gostar de mim
condenado eu estaria
a não gostar de ninguém mais.

é necessário nesse mundo dar um tempo,
até sem tempo pra poder gostar de alguém.
é necessário nesse plano ter um tempo,
pra gostar de quem não gosta de ninguém.

28 maio 2010

Se eu quiser beber eu fumo,
Se eu quiser fumar eu bebo.

22 maio 2010

Te vi lá

Hoje,
graças à Deus e ao Nelson do Cavaquinho
tava seguindo no meu caminho,
casa florida encontrei,

Projetei
Tão belas flores em carne e osso
Chorando a missa derradeira,
meu último compromisso.

Entre disfarces de abraços solidários
Se equilibrando nas etiquetas,
Tão bem descabeladas no irreverssível
Disputavam as alças na unha.

No canto, um olhar no vazio,
encolhida abraçava os joelhos
de moletom preto e lágrimas.
Te vi, mais linda, pior.

Atropelada, porrada da minha falta,
bem longe de se livrar de nós,
Em meu sonho que é sabido,
Você sempre enfeita o meu fim.

17 maio 2010

Uma noite sempre passa
passa em claro
com imagens de gestos

As minhas passam longamente.
Acompanhado da tua ausência
Tranformo isso, no silêncio.

As vezes me toco,
vibro
com os gênios.

As vezes te escrevo
Uma coisa que se insere
Na escola artística da minha geração

Um noite sempre passa
até pelo vão da porta
porta frio

As vezes me anestesio
E o relógio anda
não crio

Rio da sua descolada
E penso que eu devia meter o pé
Fica aquele suspiro

Um noite sempre passa
depois

11 maio 2010

Que querer eu quero?

Que ainda não,
é claro.
mas hei de te fazer
bem demais.
Tenho tempo pra todo muito
bastante pra colher fruta madura

Não disputo com piá
A manga do começo do verão
A deliciosa vai cair
Na semana que vens,
no meu colo,
nas minhas cabeças.

Que querer eu quero?
Não te digo mesmo sem saber,
Só faço a mínima idéia
de que é bom de tá perto
e ainda melhor de tá junto
e principalmente dentro.

Não deixo pra platéia
nem metade do meu olhar
nem trecho do teu riso que não é só
minha benção de Oxalá
Teu descolo.
Meu sucesso.

Me deixas tão jovem
quando me abana na Sapucaí
rindo...
e vai indo...

Pode tirar chapéu pra mim,
Mas deixa eu abrir a porta.
E quando entrar, repara.
Porque é verdade.
Eu sou demais
E sou bem vindo.

06 maio 2010

A maioria dos tempos é de dor
sempre a cicatriz a vista
a falta é mato.
a fartura é que é raridade

O atrito é constante no universo
a vida se faz nisso
A pausa não existe
Foi idealizada, é utopia

O tempo que te espero só
não é espera, é perda.
A paz nunca veio,
Só a luta se registra.

A conquista é instantanêa.
Ainda que demore séculos pra ser alcançada,
Dura o tempo de um peido
sempre sucedida de algo menor e menor.

No meu rancho lá na serra,
Nosso momento mais sublime
virou esquecimento, até duvidam.
Hoje é só um causo na minha memória.

Na minha cabana na Bahia
Nosso cheiro se perdeu.
Foi tão fogoso, tão cigano
Mas ninguém fotografou.

Aquele dia eu te disse,
Com alma aberta, como nunca
Mas você não ouviu
Ou ouviu mas esqueceu.

05 maio 2010

Existe muita coisa pior do que eu
Existe muita coisa
Até melhor
Eu não existo.

01 maio 2010

50 centavos

Na primeira vez que eu te vi
Eu não sabia oque fazer.
Te ofereci uma itaipava
Mas o cara não fez duas por cinco.

A solução foi dividir
E você não achou romântico
A noite tava tão quente
A cerveja estava também

Num momento de tristeza
Me faltou destreza
Na tua frente engasguei
E a cerveja, morninha, babei.

Já não tinha mais conserto
Nem dava pra piorar
A vergonha de estar por perto
Pairava no seu olhar

Era o nosso primeiro lance
E eu não fui atento
O tempo não volta jamais
arrependido, não vivo em paz.

Você foi dançar forró com o Ataliba
No cantinho eu resmunguei:
"só me faltaram 50 centavos,
Matemática eu estudei."

28 abril 2010

Quem tanto não me conhece,
Playboy perdeu.
Vocês é fulano de tal
e eu não sou normal.

Não venham tentar me iludir.
Com o brilho dessa vaselina.
Sabonetes grandes e pequenos
Desfilam na noite estrelada.

Tem panelinha que põe pressão
Vendendo o meio do olho e os discos.
Todo mundo já manjou os malditos
Esse mundinho sempre soube dissos.

Um critério pra cada freguês
Não fui hippie nem sou nagô.
Eu sou vip, não tô com vocês
Sou da faxina que nunca chegou.

O messias que nunca veio
Já morreu na sarjeta outra vez.
Aquele protesto, a gente não foi
E o dinheiro já nem me dá oi.

27 abril 2010

Aviso aos Juniores

Você que sentou pra me ouvir,
É bom já ficar avisado.
Que eu só sou filho da minha mãe.
E não nasci em disco de ouro.

Eu não sou filho da Elis Regina.
E minha mãe não deu pro Jair.
Mas antes de dar na tua cara
Vou te dar a chance de sair.

Enfia o release entre as pernas
E choraminga que eu sou um animal
Pede um protools de natal.
E vá gravar outro disco boçal.

Eu não ganhei festival do papai.
Eu não sou filho daquele vinil
E você que tão cedo já sai,
Vá pra produça que lhe pariu.

25 abril 2010

Você nunca aprende oque me ensina.

22 abril 2010

Um Bodegueiro Na Fiec

Composição: Falcão/Tarcísio Matos

Você não faria a menor falta
Num dia de domingo no Beach Park
Eu não te levaria nem morta
A passear comigo no Iguatemi
Eu não me atreveria a passar vexame
Perante os meus amigos lá da Aldeota
Pois agora eu tenho o maior respaldo
Nas altas paneladas da alta sociedade

Eu sei que a burguesia fede
Mas tem dinheiro pra comprar perfume
E além do mais o high society
Leva chifre e não tem ciúme
Eu sou "in", não sou "out" - eu sou VIP

Agora com você eu não quero nem ovo
Eu sei que o meu passado agora me condena
A sua presença só me prejudica
Suja a minha glória, borra a minha fama
Pois hoje eu sou pessoa muito benquista
Com muita influência no meio das rodas
Até já fui chamado pra dar palpite
Na vida sexual da Primeira Dama

19 abril 2010

Um coração de mulher
Se esmaga com respeito
pisando descalço e devagar.
não se fere sem soprar.

É uma forlateza de areia fina.
Nem dinamites nem marretas,
Pra destruir, use a brisa
naquela cena bela, triste...

Mora sempre na véspera do sangramento
Que já batizou de sina,
Mas exige do algoz a reverência.

Não pode com tanta grosseria
Com esse tempo de ninguém com tempo,
Esse atropelo impessoal, gelado.

07 abril 2010

Me perdi

Me perdi,
tô em nova friburgo...
Que que eu faço?

Vou de trem,
de metro, avião...
Que embarasso

Me perdi,
Sei se volto se vou ou se fico...
Que que eu quero?

Vou tomar uma pinga
onde a dor choraminga
e cantar um bom bolero.

(Pedro Gonza e Carlos Zimbher)

06 abril 2010

Inspirado na professora do Charlie Brown

blablablabla
- sim
blablablablablabla
- legal
blablablablablablablabla
- interessante
blablablablablablablablablabla ?
- ...
Bla ?
- ...
"Você foi a mentira que deixou saudades,
Todo boato tem um fundo de verdade."

05 abril 2010

Me bocejo no seu desdem.
fósforo sem atritos.
Já não aguento esse gasto.
Uma agonia que não tem nada de concreto.

Já nem conheço mais a pista.
Aquele sorriso ou o olho ?
A espinha exposta que não foi,
nem os ossos.

Ao pensar na tua primeira indagação
Naquele breve encontro que não encontrei.
Naquele beijo que acho que ia.

Vejo que o demônio espreita
no não realizado,
no que distrai da vida.

E te acho tão covarde quanto eu...
menino...
medroso...

27 março 2010

A Banca Do Distinto - Billy Blanco

Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal.

25 março 2010

"a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"

24 março 2010

Black is the color of my true love's hair
His face so soft and wondrous fair
The purest eyes
and the strongest hands
I love the ground on where he stands
I love the ground on where he stands

Black is the color of my true love's hair
Of my true love's hair
Of my true love's hair

Oh I love my lover
and well he knows
yes, I love the ground on where he goes
And still I hope
that the time will come
when he and I will be as one
when he and I will be as one

So black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair

22 março 2010

Faltas,
Depois de um turbilhão ainda penso.
Fuga nas datas,
nos cedos da vida.

Faça,
Tua dança de me abanar.

Faca na fruta,
me prega uma peça.
sem pressa,
mas sem objetivo.

Sou menina tímida.
Não posso te me oferecer,
ou que me te ofereça.
Prefiro que uses teu dom, juan.

Ô purinha que me envenena,
saiba que sangro muito sem deixar.

Faltas,
Depois do turbilhão ainda penso.
E o barulho não me distrai disso,
Faltas.

17 março 2010




Lembrar de uma teta.


Sonhar com leite


lembrar de uma bunda.
Meu tempo desgosta da competição
Quer sentir toda a bela pausa
Ver teu rebolado de longe
Acomodado nos teus fartos seios

te respeita demais.
me aproxima mas não chega
quer uma certeza pra agir
isso não existe aqui.

é exposto, sem coragem
se perde na comunicação
te assusta na linguagem

Não quer jogar
Se justifica, ridículo
Foge do risco.
passas em exposição.
passas sem ver teu vigia
catando a poesia que entornas no chão.

12 março 2010

Glaucoma

Notícias indigestas povoam a manhã.
Tem gente morrendo a toa.
Tem gente nascendo demais.

O luxo que tava aqui antes de nós
nunca foi suficiente pro nosso egoísmo
Agora, nem dividindo.

Competir é a religião em prática.
e como somos fiéis.
Todos nós tomamos boladas
de peladas alheias.

mas produzimos também
pedradas perdidas.
dito, não dito.
redito no ouvido não edito.

Não me defenda.
como? te cuida.
desculpa? as vezes me ataco
no meio do racha dos outros.

E na minha guerra interna,
mato uma barata que não sabe de nada.

11 março 2010

eu te sirvo

acordo o sonho repicado de ruidos
pressentimento demora pra confirmar.
Gotas salgadas
descendo pelo cangote.

Ânsia da tua intimidade
continuado vinculo assustador
abrimos no meio da dança
de Shiva. imensa.

que problema.
que demais !
sem desculpa,
sem porque.

pede a saideira
não sai.
me despe da cabeça
me despe da fantasia.

interroga, não responde
me azucrina
me tortura
não permita minha réplica.

fala manso sem palavras.
Arranca meus álibis.
me exige direto,
eu te sirvo.

10 março 2010

Ausência

Por muito tempo achei
que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços
que rio e danço e invento
exclamações alegres
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

08 março 2010

Av. Dr. Arnaldo 666

D7/F#// G7// Gm6/Bb
Quando eu Voltar dessa jornada

A7 /// D7/F# A7 D7/F#//
E nem o samba puder me consolar, Laia Laia

E7/G# F#7
Dessa (nossa) história malfadada

E7 A7 D //
Não quero ter que me lembrar.




F# // Bm //
Eu não vou ficar dismilinguido,

E Dº D F#
Celebrarei o fim da nossa química,

G F# Bm //
Você já estará me esperando

G F# Bm
Bem em frente ao hospital das clínica.



G A D //
O endereço é bem arborizado

Dº E7/G# F# Bm7 //
E a viiiiizinhaaança não vai reclamar.

G F# Bm //
O veneno que você traz guardado

G F# Bm //
Não terá destino à destilar.



C#7 F#7 Bm7 //
Essa linda e perpétua morada

C#7 F#7 Bm7 //
Tua residência pra sempre será.

C#7 F#7 Bm7 //
Serei feliz ao te ver sepultada

C#7 F#7 Bm7 //
Lá no cemitério do Araça.


(Pedro Gonza/ Zimbher Carlos)

---- praticamente pronta -----------

VIII

Se Clódia desprezou Catulo
E teve Rufus, Quintius, Gelius
Inacius e Ravidus

Tu podes muito bem, Dionísio,
Ter mais cinco mulheres
E desprezar Ariana
Que é centelha e âncora

E refrescar tuas noites
Com teus amores breves.
Ariana e Catulo, luxuriantes

Pretendem eternidade, e a coisa breve
A alma dos poetas não inflama.
Nem é justo, Dionísio, pedires ao poeta

Que seja sempre terra o que é celeste
E que terrestre não seja o que é só terra.

(Hilda Hilst)

Põe

Põe um baixo tranquilo
entrando calmo de travesseiro
tua voz sorrindo mais ou menos
no lugar certo de seduzir

Põe um surdo na ponta do pé
e chuta
teu berro num rock incomodando
Ferro na testa da madrugada

Se afina logo
Tranca a porta por dentro
tamborim piscando na minha insônia

De couro quente
Gira tua saia
Me põe na roda.

07 março 2010

Eu vou me inventando
Vou me variando
no seu cardápio

vou pouco
andando

06 março 2010

só tem uma coisa que eu te digo.
você se dá bem comigo.
vssssse dá bem comigo.

03 março 2010

Nesse carnaval.
Abri o peito de amor.
Pra leito de desconhecido.
pra poder virar cantor.

Exposto à tua luz
Fiz meus jogos infantis
Mostrei demais que te quis
E você nunca fez jus.

Aquele instante medroso
Foi susto
ainda arde

Não tem mais volta
Foi injusto
Foi covarde

(Pedro)

26 fevereiro 2010

Aí que você tá longe.
à mais de um quase.

e ainda esqueceram,

há mais de metade de mim
se você ficar com sede.

25 fevereiro 2010

Pressentimento
(Elton Mendeiros/Hermínio Bello de Carvalho)

Ai ardido peito
Quem irá entender o seu segredo
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor
Ai mas quem virá
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada
Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade

http://www.youtube.com/watch?v=SLglXm6vjzQ