10 julho 2007

Jorro nº2

Tem vindo quando desperto... A tristeza do não realizado, uma coisa forte que dá vontade de dormir pra sempre.
Eu abro os olhos e fico no limbo alguns segundos e logo depois isso chega pesando. Normalmente é a mesma falta que senti na hora de dormir... só que na noite tem aquela brecha do dia seguinte, aquele "amanhã eu venço..."
Essa falta que tenho vivido nas manhãs é impossibilitante, fode o juizo, não me deixa nascer. "Poxa! o mundo não acabou e eu tenho que levantar."
Me dói pensar em ontem, nos ontens, solitário nas multidões, espalhando alguma esperança nos comparças mas sabendo, no fundo, que não há remédio.
As vezes me distraio e até gozo algum festejo, no mais eu continuo martelando o mesmo prego torto no fundo do meu crânio.
Hoje em dia vamos aos bares mais arrumadinhos, reclamamos da cerveja de lata que custa quatro, cinco, seis reais... Reclamamos mas agora bebemos... e podemos pedir uma porção de calabreza mas temos cuidados com a saúde, temos preocupações dos quase trinta e continuamos com grandes projetos a realizar... ainda grandes...
E ninguém da minha mesa conhecia a expressão "zuou o plantão".
E o dinheiro? ah! o dinheiro!
E o tempo? oh! o tempo.
A apatia não tem sido praticada mas as vezes acho que não faz diferença nenhuma além daquele "ele tá melhor agora, tem saído".
O fato é que levantei e estou escrevendo esse texto (oque também não faz diferença) e logo vou pro meu piano - patrimônio único - com meu café triste continuando essa monótona sequência de mortes e vidas que nem sempre se intercalam.
Tem uns artistas que jorram arte pelo ladrão inevitavelmente e até por necessidade, sem querer querendo... inveja.
E o texto foi completamente pra outro lado sem nenhuma técnica ou preparação. Falhas várias...
Eu tenho que parir minha arte por um oríficio minúsculo pra algum remediado matar.
Nem poeta eu fui.
Quando escrevo em verso, proseio.
Tentando prosear, solto os versos.

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