31 julho 2007
29 julho 2007
parte 1
Quando me achou tava livre
Não te quis
Casei com uma rainha.
Você, com meu escudeiro.
Depois, nos seduzimos na calçada
por um triz
negamos a existência daquilo
mas não foi tão passageiro.
Por anos divimos os ombros
um chamariz
A vezes no fim da noite
aquele beijo matreiro
Não te quis
Casei com uma rainha.
Você, com meu escudeiro.
Depois, nos seduzimos na calçada
por um triz
negamos a existência daquilo
mas não foi tão passageiro.
Por anos divimos os ombros
um chamariz
A vezes no fim da noite
aquele beijo matreiro
27 julho 2007
Tem dias que eu queria ser quase eu,
mas sem antecedentes.
Desconhecido aos olhos dos mais próximos,
Faria amigos parecidos, mas os faria diferentes
nessa amizade.
Encontraria um amor bem amado e, tentando puxar
conversa, perguntaria "qual é seu nome?"
Convidaria meus melhores amigos para nossa
primeira cerveja, nossa primeira discussão.
E queria que tudo que fizesse fosse leve de flutuar.
E que o amor que desprezei me incendiasse sem
querer e me dissesse que eu tô viajando.
E que dessa desilusão derramasse vento forte e
tempestade e mais nada que dure mais de uma
semana.
Usaria menos a pontuação.
Faria uma costura bem feita de onde achei que o
peso rebentou até o decolar do novo leve.
E daí começa o esquecimento dos históricos, que
quem é que precisa?
Deixaria a forma como fosse e a cor que quizesse.
A notas se tocariam e a dinâmica nunca foi minha
mesmo.
Acho que eu queria isso.
(Paulinho Gomes Junqueira - 14/01/05)
mas sem antecedentes.
Desconhecido aos olhos dos mais próximos,
Faria amigos parecidos, mas os faria diferentes
nessa amizade.
Encontraria um amor bem amado e, tentando puxar
conversa, perguntaria "qual é seu nome?"
Convidaria meus melhores amigos para nossa
primeira cerveja, nossa primeira discussão.
E queria que tudo que fizesse fosse leve de flutuar.
E que o amor que desprezei me incendiasse sem
querer e me dissesse que eu tô viajando.
E que dessa desilusão derramasse vento forte e
tempestade e mais nada que dure mais de uma
semana.
Usaria menos a pontuação.
Faria uma costura bem feita de onde achei que o
peso rebentou até o decolar do novo leve.
E daí começa o esquecimento dos históricos, que
quem é que precisa?
Deixaria a forma como fosse e a cor que quizesse.
A notas se tocariam e a dinâmica nunca foi minha
mesmo.
Acho que eu queria isso.
(Paulinho Gomes Junqueira - 14/01/05)
fim de uma carta velha
(...)
Hoje deve estar meio difícil de entender oque eu
falo... estou com o chakra da verdade confusa todo
arrombado mas ao mesmo tempo a verborragia me
domina, era um bom dia pra ir na aula de
linguística.
outra coisa é que estou afim de fazer teatro, ou
ficar rico, ou me isolar em algum ponto da bahia e
virar pescador, ou ir no jogo do corinthias xingar
o juiz, ou me apaixonar sem querer, ou um boquete
sem amor (não seu), ou só um banho de água de côco...
Crise?
Acho que te vejo logo
beijo
(verão 2005)
Hoje deve estar meio difícil de entender oque eu
falo... estou com o chakra da verdade confusa todo
arrombado mas ao mesmo tempo a verborragia me
domina, era um bom dia pra ir na aula de
linguística.
outra coisa é que estou afim de fazer teatro, ou
ficar rico, ou me isolar em algum ponto da bahia e
virar pescador, ou ir no jogo do corinthias xingar
o juiz, ou me apaixonar sem querer, ou um boquete
sem amor (não seu), ou só um banho de água de côco...
Crise?
Acho que te vejo logo
beijo
(verão 2005)
26 julho 2007
Ou Carnaval 05?
como desgastei o tato...
eu não sabia de você tão só.
oque se passou com a gente?
aquilo era fogo de ciúme,
ou fiquei com medo de ser pouco.
desculpa te apagar.
busco muito do que não quis nem rastro.
Era mar ou era cerveja no sol?
ou não entendi, ou tento,
ou hoje eu que me apago.
Tava te buscando nas gavetas.
agora há pouco.
era aquele dia ou eu não queria?
Tão linda naquele tempo,
ou eu não vi.
Nossa língua atravessada na briga.
Desculpa mesmo te apagar.
Ou é só esse tal tempo da vida?
sempre é insuficiente,
ou não é tempo de encontro.
Duvidei que te choraria
E mais uma vez você venceu.
Hoje é sem desespero? só melancolia?
ou lamento muito ter que te apagar...
aos poucos.
Nem sei se queria me desculpar
ou as gafes desfazer...
Seria eu hoje não fosse esse passado?
Ou ainda espero receber,
ou ainda tenho a pagar.
25 julho 2007
Dia 36
Esquece, não pensa mais
Lenço azul a apertar em branco o seu pensar
Toda uma vida embaça o seu olhar
E andando, vê passando
Tudo aquilo que errou
Hoje é dia 26,
Quem sabe vive outra vez
Ela se foi sem eu ver
Um beijo a flutuar
Cabelos rosas, gente a se abraçar
Tudo alegre, indo e vindo
Tudo em volta a brilhar
Esquece, não pensa mais
Um grito ele amou
Lençóis e colchas vão se encontrar
Não é mais dia 26
Tudo começa outra vez
1, 2, 3, 26
Tudo isso já ficou
A paz é forte e ele vai viver
A menina em frente, quente
O amor a faz girar
Hoje é dia 36
Um grito ele amou
Lençóis e colchas vão se encontrar
Não é mais dia 36
Tudo começa outra vez
Esquece, não pensa mais!
Esquece, não pensa mais!
(Mutantes & Johnny Dandurand)
Lenço azul a apertar em branco o seu pensar
Toda uma vida embaça o seu olhar
E andando, vê passando
Tudo aquilo que errou
Hoje é dia 26,
Quem sabe vive outra vez
Ela se foi sem eu ver
Um beijo a flutuar
Cabelos rosas, gente a se abraçar
Tudo alegre, indo e vindo
Tudo em volta a brilhar
Esquece, não pensa mais
Um grito ele amou
Lençóis e colchas vão se encontrar
Não é mais dia 26
Tudo começa outra vez
1, 2, 3, 26
Tudo isso já ficou
A paz é forte e ele vai viver
A menina em frente, quente
O amor a faz girar
Hoje é dia 36
Um grito ele amou
Lençóis e colchas vão se encontrar
Não é mais dia 36
Tudo começa outra vez
Esquece, não pensa mais!
Esquece, não pensa mais!
(Mutantes & Johnny Dandurand)
24 julho 2007
colecionador de silêncios
O cinza ou o frio.
O álcool de ontens
algo não me deixa começar.
Da cama que fiz de útero
não queria nascer hoje.
Sinto que sempre fui
Mais esse do que o outro.
muito amante, nunca sucesso
Amador, inconstante
dado ao excesso.
sem planejar a carreira
ou lastro na suiça
mas colecionador de silêncios
Sou nervos de atropelado
Sou lágrimas muito raras
O álcool de ontens
algo não me deixa começar.
Da cama que fiz de útero
não queria nascer hoje.
Sinto que sempre fui
Mais esse do que o outro.
muito amante, nunca sucesso
Amador, inconstante
dado ao excesso.
sem planejar a carreira
ou lastro na suiça
mas colecionador de silêncios
Sou nervos de atropelado
Sou lágrimas muito raras
23 julho 2007
Como foi?
nasci de uma matança do passado.
De seus ungüentos falsificados.
Joguei teu nome no mal dizer
Na língua de pessoas piores que você
maltratei oque ainda era esperança.
Estuprei nossas melhores lembranças
Sem pudor, cuspi em cima
Dividi com o vagabundo da esquina
Comparei isso tudo ao que há de pior
Não notei diferença relevante.
O jornal continua o mesmo, farsante.
E a memória aguda, engavetada.
não me deixa fazer nem faz.
Nasci de novo mas dessa vez
alguma coisa não veio mais.
De seus ungüentos falsificados.
Joguei teu nome no mal dizer
Na língua de pessoas piores que você
maltratei oque ainda era esperança.
Estuprei nossas melhores lembranças
Sem pudor, cuspi em cima
Dividi com o vagabundo da esquina
Comparei isso tudo ao que há de pior
Não notei diferença relevante.
O jornal continua o mesmo, farsante.
E a memória aguda, engavetada.
não me deixa fazer nem faz.
Nasci de novo mas dessa vez
alguma coisa não veio mais.
21 julho 2007
Av. Dr. Arnaldo 666
Quando eu voltar dessa jornada
E nem o samba puder me consolar,
Da nossa história malfadada,
Não quero ter que me lembrar.
Eu não vou ficar me lamentando,
Das tuas promessas tão cínicas.
Espero já te encontrar morando
bem em frente ao hospital da clínicas
O endereço é bem arborizado,
E a vizinhança não vai reclamar.
O veneno que você traz guardado,
Não vai ter mais com quem usar.
Essa linda e perpétua morada,
Tua residência pra sempre será.
Serei feliz ao te ver sepultada,
No Cemitério do Araça.
E nem o samba puder me consolar,
Da nossa história malfadada,
Não quero ter que me lembrar.
Eu não vou ficar me lamentando,
Das tuas promessas tão cínicas.
Espero já te encontrar morando
bem em frente ao hospital da clínicas
O endereço é bem arborizado,
E a vizinhança não vai reclamar.
O veneno que você traz guardado,
Não vai ter mais com quem usar.
Essa linda e perpétua morada,
Tua residência pra sempre será.
Serei feliz ao te ver sepultada,
No Cemitério do Araça.
20 julho 2007
samba do vôo 3054
já partiu, já se foi
que tristeza você não embarcar
Se tivesse me avisado, eu teria até pagado
um taxi pra você não se atrasar.
Fiquei entusiasmado com a notícia.
O meu calvário teria se acabado
Mas quando não vi o seu nome na lista
fiquei muito decepcionado.
O intinerário era feito pra você
seria o fim dessa existência vã
porque você foi perder
o vôo 3054 da Tam?
18/07/2007
que tristeza você não embarcar
Se tivesse me avisado, eu teria até pagado
um taxi pra você não se atrasar.
Fiquei entusiasmado com a notícia.
O meu calvário teria se acabado
Mas quando não vi o seu nome na lista
fiquei muito decepcionado.
O intinerário era feito pra você
seria o fim dessa existência vã
porque você foi perder
o vôo 3054 da Tam?
18/07/2007
19 julho 2007
16 julho 2007
A Espada de Ouro
Excelentíssimo General
Henrique Duffles Teixeira Lott,
A espada de ouro que, por escote,
Os seus cupinchas lhe vão brindar,
Não vale nada (não leve a mal
Que assim lhe fale) se comparada
Com a velha espada
De aço forjada,
Como as demais.
Espadas estas
Que a Pátria pobre, de mãos honestas,
Dá a seus soldados e generais.
Seu aço limpo vem das raízes
Batalhadoras da nossa história:
Aço que fala dos que, felizes,
Tombaram puros no chão da glória!
O ouro da outra é ouro tirado,
Ouro raspado
Pelas mãos sujas da pelegada
Do bolso gordo dos salafrários
Do bolso raso dos operários.
É ouro sinistro,
Ouro mareado:
Mancha o Ministro,
Mancha o Soldado.
(Manuel Bandeira)
Henrique Duffles Teixeira Lott,
A espada de ouro que, por escote,
Os seus cupinchas lhe vão brindar,
Não vale nada (não leve a mal
Que assim lhe fale) se comparada
Com a velha espada
De aço forjada,
Como as demais.
Espadas estas
Que a Pátria pobre, de mãos honestas,
Dá a seus soldados e generais.
Seu aço limpo vem das raízes
Batalhadoras da nossa história:
Aço que fala dos que, felizes,
Tombaram puros no chão da glória!
O ouro da outra é ouro tirado,
Ouro raspado
Pelas mãos sujas da pelegada
Do bolso gordo dos salafrários
Do bolso raso dos operários.
É ouro sinistro,
Ouro mareado:
Mancha o Ministro,
Mancha o Soldado.
(Manuel Bandeira)
12 julho 2007
11 julho 2007
Café com nuvens.
dia branco,
de meias.
bolo de fubá.
nevou em Buenos Aires...
em São Paulo, não há clima.
fadiga das contas
datas, cedos.
estariamos nós fundando uma nova escola literária?
onde?
no futuro eles inventam as fronteiras.
ao diabo com os papéis.
Ontem, meu avô que eu não conheci veio me visitar.
Falou algumas marcantes... pontuais.
Eu era um molequinho quando entrei.
A casa estava cheia de velas.
Saí bem mais velho do que sempre fui.
Trace um plano,
dizia ele...
Trace um plano só pra você.
dia branco,
de meias.
bolo de fubá.
nevou em Buenos Aires...
em São Paulo, não há clima.
fadiga das contas
datas, cedos.
estariamos nós fundando uma nova escola literária?
onde?
no futuro eles inventam as fronteiras.
ao diabo com os papéis.
Ontem, meu avô que eu não conheci veio me visitar.
Falou algumas marcantes... pontuais.
Eu era um molequinho quando entrei.
A casa estava cheia de velas.
Saí bem mais velho do que sempre fui.
Trace um plano,
dizia ele...
Trace um plano só pra você.
10 julho 2007
Jorro nº2
Tem vindo quando desperto... A tristeza do não realizado, uma coisa forte que dá vontade de dormir pra sempre.
Eu abro os olhos e fico no limbo alguns segundos e logo depois isso chega pesando. Normalmente é a mesma falta que senti na hora de dormir... só que na noite tem aquela brecha do dia seguinte, aquele "amanhã eu venço..."
Essa falta que tenho vivido nas manhãs é impossibilitante, fode o juizo, não me deixa nascer. "Poxa! o mundo não acabou e eu tenho que levantar."
Me dói pensar em ontem, nos ontens, solitário nas multidões, espalhando alguma esperança nos comparças mas sabendo, no fundo, que não há remédio.
As vezes me distraio e até gozo algum festejo, no mais eu continuo martelando o mesmo prego torto no fundo do meu crânio.
Hoje em dia vamos aos bares mais arrumadinhos, reclamamos da cerveja de lata que custa quatro, cinco, seis reais... Reclamamos mas agora bebemos... e podemos pedir uma porção de calabreza mas temos cuidados com a saúde, temos preocupações dos quase trinta e continuamos com grandes projetos a realizar... ainda grandes...
E ninguém da minha mesa conhecia a expressão "zuou o plantão".
E o dinheiro? ah! o dinheiro!
E o tempo? oh! o tempo.
A apatia não tem sido praticada mas as vezes acho que não faz diferença nenhuma além daquele "ele tá melhor agora, tem saído".
O fato é que levantei e estou escrevendo esse texto (oque também não faz diferença) e logo vou pro meu piano - patrimônio único - com meu café triste continuando essa monótona sequência de mortes e vidas que nem sempre se intercalam.
Tem uns artistas que jorram arte pelo ladrão inevitavelmente e até por necessidade, sem querer querendo... inveja.
E o texto foi completamente pra outro lado sem nenhuma técnica ou preparação. Falhas várias...
Eu tenho que parir minha arte por um oríficio minúsculo pra algum remediado matar.
Nem poeta eu fui.
Quando escrevo em verso, proseio.
Tentando prosear, solto os versos.
Eu abro os olhos e fico no limbo alguns segundos e logo depois isso chega pesando. Normalmente é a mesma falta que senti na hora de dormir... só que na noite tem aquela brecha do dia seguinte, aquele "amanhã eu venço..."
Essa falta que tenho vivido nas manhãs é impossibilitante, fode o juizo, não me deixa nascer. "Poxa! o mundo não acabou e eu tenho que levantar."
Me dói pensar em ontem, nos ontens, solitário nas multidões, espalhando alguma esperança nos comparças mas sabendo, no fundo, que não há remédio.
As vezes me distraio e até gozo algum festejo, no mais eu continuo martelando o mesmo prego torto no fundo do meu crânio.
Hoje em dia vamos aos bares mais arrumadinhos, reclamamos da cerveja de lata que custa quatro, cinco, seis reais... Reclamamos mas agora bebemos... e podemos pedir uma porção de calabreza mas temos cuidados com a saúde, temos preocupações dos quase trinta e continuamos com grandes projetos a realizar... ainda grandes...
E ninguém da minha mesa conhecia a expressão "zuou o plantão".
E o dinheiro? ah! o dinheiro!
E o tempo? oh! o tempo.
A apatia não tem sido praticada mas as vezes acho que não faz diferença nenhuma além daquele "ele tá melhor agora, tem saído".
O fato é que levantei e estou escrevendo esse texto (oque também não faz diferença) e logo vou pro meu piano - patrimônio único - com meu café triste continuando essa monótona sequência de mortes e vidas que nem sempre se intercalam.
Tem uns artistas que jorram arte pelo ladrão inevitavelmente e até por necessidade, sem querer querendo... inveja.
E o texto foi completamente pra outro lado sem nenhuma técnica ou preparação. Falhas várias...
Eu tenho que parir minha arte por um oríficio minúsculo pra algum remediado matar.
Nem poeta eu fui.
Quando escrevo em verso, proseio.
Tentando prosear, solto os versos.
05 julho 2007
03 julho 2007
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
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