27 março 2010

A Banca Do Distinto - Billy Blanco

Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal.

25 março 2010

"a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"

24 março 2010

Black is the color of my true love's hair
His face so soft and wondrous fair
The purest eyes
and the strongest hands
I love the ground on where he stands
I love the ground on where he stands

Black is the color of my true love's hair
Of my true love's hair
Of my true love's hair

Oh I love my lover
and well he knows
yes, I love the ground on where he goes
And still I hope
that the time will come
when he and I will be as one
when he and I will be as one

So black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair

22 março 2010

Faltas,
Depois de um turbilhão ainda penso.
Fuga nas datas,
nos cedos da vida.

Faça,
Tua dança de me abanar.

Faca na fruta,
me prega uma peça.
sem pressa,
mas sem objetivo.

Sou menina tímida.
Não posso te me oferecer,
ou que me te ofereça.
Prefiro que uses teu dom, juan.

Ô purinha que me envenena,
saiba que sangro muito sem deixar.

Faltas,
Depois do turbilhão ainda penso.
E o barulho não me distrai disso,
Faltas.

17 março 2010




Lembrar de uma teta.


Sonhar com leite


lembrar de uma bunda.
Meu tempo desgosta da competição
Quer sentir toda a bela pausa
Ver teu rebolado de longe
Acomodado nos teus fartos seios

te respeita demais.
me aproxima mas não chega
quer uma certeza pra agir
isso não existe aqui.

é exposto, sem coragem
se perde na comunicação
te assusta na linguagem

Não quer jogar
Se justifica, ridículo
Foge do risco.
passas em exposição.
passas sem ver teu vigia
catando a poesia que entornas no chão.

12 março 2010

Glaucoma

Notícias indigestas povoam a manhã.
Tem gente morrendo a toa.
Tem gente nascendo demais.

O luxo que tava aqui antes de nós
nunca foi suficiente pro nosso egoísmo
Agora, nem dividindo.

Competir é a religião em prática.
e como somos fiéis.
Todos nós tomamos boladas
de peladas alheias.

mas produzimos também
pedradas perdidas.
dito, não dito.
redito no ouvido não edito.

Não me defenda.
como? te cuida.
desculpa? as vezes me ataco
no meio do racha dos outros.

E na minha guerra interna,
mato uma barata que não sabe de nada.

11 março 2010

eu te sirvo

acordo o sonho repicado de ruidos
pressentimento demora pra confirmar.
Gotas salgadas
descendo pelo cangote.

Ânsia da tua intimidade
continuado vinculo assustador
abrimos no meio da dança
de Shiva. imensa.

que problema.
que demais !
sem desculpa,
sem porque.

pede a saideira
não sai.
me despe da cabeça
me despe da fantasia.

interroga, não responde
me azucrina
me tortura
não permita minha réplica.

fala manso sem palavras.
Arranca meus álibis.
me exige direto,
eu te sirvo.

10 março 2010

Ausência

Por muito tempo achei
que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços
que rio e danço e invento
exclamações alegres
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

08 março 2010

Av. Dr. Arnaldo 666

D7/F#// G7// Gm6/Bb
Quando eu Voltar dessa jornada

A7 /// D7/F# A7 D7/F#//
E nem o samba puder me consolar, Laia Laia

E7/G# F#7
Dessa (nossa) história malfadada

E7 A7 D //
Não quero ter que me lembrar.




F# // Bm //
Eu não vou ficar dismilinguido,

E Dº D F#
Celebrarei o fim da nossa química,

G F# Bm //
Você já estará me esperando

G F# Bm
Bem em frente ao hospital das clínica.



G A D //
O endereço é bem arborizado

Dº E7/G# F# Bm7 //
E a viiiiizinhaaança não vai reclamar.

G F# Bm //
O veneno que você traz guardado

G F# Bm //
Não terá destino à destilar.



C#7 F#7 Bm7 //
Essa linda e perpétua morada

C#7 F#7 Bm7 //
Tua residência pra sempre será.

C#7 F#7 Bm7 //
Serei feliz ao te ver sepultada

C#7 F#7 Bm7 //
Lá no cemitério do Araça.


(Pedro Gonza/ Zimbher Carlos)

---- praticamente pronta -----------

VIII

Se Clódia desprezou Catulo
E teve Rufus, Quintius, Gelius
Inacius e Ravidus

Tu podes muito bem, Dionísio,
Ter mais cinco mulheres
E desprezar Ariana
Que é centelha e âncora

E refrescar tuas noites
Com teus amores breves.
Ariana e Catulo, luxuriantes

Pretendem eternidade, e a coisa breve
A alma dos poetas não inflama.
Nem é justo, Dionísio, pedires ao poeta

Que seja sempre terra o que é celeste
E que terrestre não seja o que é só terra.

(Hilda Hilst)

Põe

Põe um baixo tranquilo
entrando calmo de travesseiro
tua voz sorrindo mais ou menos
no lugar certo de seduzir

Põe um surdo na ponta do pé
e chuta
teu berro num rock incomodando
Ferro na testa da madrugada

Se afina logo
Tranca a porta por dentro
tamborim piscando na minha insônia

De couro quente
Gira tua saia
Me põe na roda.

07 março 2010

Eu vou me inventando
Vou me variando
no seu cardápio

vou pouco
andando

06 março 2010

só tem uma coisa que eu te digo.
você se dá bem comigo.
vssssse dá bem comigo.

03 março 2010

Nesse carnaval.
Abri o peito de amor.
Pra leito de desconhecido.
pra poder virar cantor.

Exposto à tua luz
Fiz meus jogos infantis
Mostrei demais que te quis
E você nunca fez jus.

Aquele instante medroso
Foi susto
ainda arde

Não tem mais volta
Foi injusto
Foi covarde

(Pedro)