Amanhã eu vou pescar.
Há um peixe fatalizado
que ritinha vai guisar
na panela de alumínio
que brilha mais que o luar.
Hoje ele está no seu líquido
E opaco mundo lunar,
pequena seta de prata
furando a carne do mar.
Qual será? O bagre flácido
de cabeça triangular?
O lambari que faísca
como uma mola a vibrar?
O feio e molengo polvo,
monstruoso, tentacular?
O peixe espada, de níquel,
a viva espada do mar?
Hoje estão vivos e lépidos,
os lindos peixes do mar.
Amanhã...
Não pensem nisso!
Amanhã eu vou pescar.
(Menotti Del Picchia - 1958)
01 junho 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário