"Pra esquecer"
Naquele tempo,
Em que você era pobre.
Eu vivia como um nobre
a gastar meu vil metal.
E por minha vontade,
você foi para a cidade,
esquecendo a solidão
e a miseria daquele barracão.
Tudo passou tão depressa.
Fiquei sem nada de meu.
E esquecendo a promessa,
você me esqueceu
E partiu com o primeiro que apareceu,
não querendo ser pobre como eu
E hoje em dia,
Quando por mim você passa,
Bebo mais uma cachaça
com meu último tostão.
Pra esquecer a desgraça,
trago mais uma fumaça
do cigarro que filei
de um ex-amigo que outrora sustentei
(Noel Rosa - 1933)
A versão a ser ouvida é do Nelson Gonçalves com o Raphael Rabello.
21 fevereiro 2006
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