Teu coração aperreado
não sabe de onde vem o vazio.
Compras teus brinquedos,
não tem descanso da agonia.
Teus sonhos realizados
e desejos atendidos
só te falam que tu podes
ou que alívio não existe.
O que tá dentro
testemunha tua existência
mas não te conhece.
A paz que te falta
não virá de fora.
certeza só terás do fim.
28 agosto 2007
24 agosto 2007
20 agosto 2007
Tenho feito um grande esforço pra pensar menos.... cedo, tento sonambular até o piano e despertar já sentado no banquinho... isso evita pensamentos derrotistas.
As vezes eu acordo e penso em como vou sobreviver, ganhar dinheiro, independência, etc... só que daí eu acho o monstro muito grande, me dá uma profunda preguiça, eu encarno a inconsequência e desisto. Quando eu não penso, eu faço. Um dia, fazendo sem pensar eu acabo ficando adulto no mundo capitalista. Pensar com o vislumbre de como anda o planeta é desanimador, desesperador e me dá essa culpa de me achar covarde. Tem uma cabeça que me ajuda, é privilegiada e é oque me faz ter tudo que tenho, inclusive você. Tem uma outra que é minha inimiga, me pára. Se eu mato ela, viro bicho, se eu não mato, fico prisioneiro... Fujo, sem pensar. Só assim consigo agir.
As vezes eu acordo e penso em como vou sobreviver, ganhar dinheiro, independência, etc... só que daí eu acho o monstro muito grande, me dá uma profunda preguiça, eu encarno a inconsequência e desisto. Quando eu não penso, eu faço. Um dia, fazendo sem pensar eu acabo ficando adulto no mundo capitalista. Pensar com o vislumbre de como anda o planeta é desanimador, desesperador e me dá essa culpa de me achar covarde. Tem uma cabeça que me ajuda, é privilegiada e é oque me faz ter tudo que tenho, inclusive você. Tem uma outra que é minha inimiga, me pára. Se eu mato ela, viro bicho, se eu não mato, fico prisioneiro... Fujo, sem pensar. Só assim consigo agir.
08 agosto 2007
Comunidade
Somos cinco amigos; uma vez saímos um atrás do
outro de uma casa; primeiro veio um e pôs-se
junto à entrada, depois veio, ou melhor dito,
deslizou-se tão ligeiramente como se desliza uma
bolinha de mercúrio, o segundo e se pôs não
distante do primeiro, depois o terceiro, depois o
quarto, depois o quinto. Finalmente, estávamos
todos de pé, em uma linha. A gente fixou-se em
nós e assinalando-nos, dizia: os cinco acabam de
sair dessa casa. A partir dessa época vivemos
juntos, e teríamos uma existência pacífica se um
sexto não viesse sempre intrometer-se. Não nos
faz nada, mas nos incomoda, o que já é bastante;
porque se introduz por fôrça ali onde não é
querido? Não o conhecemos e não queremos
aceitá-lo. Nós cinco tampouco nos conhecíamos
antes e, se quer, tampouco nos conhecemos agora,
mas aquilo que entre nós cinco é possível e
tolerado, não é nem possível nem tolerado com
respeito àquele sexto.
Além do mais somos cinco e não queremos ser seis.
E que sentido, sobretudo, pode ter esta
convivência permanente, se entre nós cinco
tampouco tem sentido, mas nós estamos já juntos e
continuamos juntos, mas não queremos uma nova
união, exatamente em razão de nossas
experiências. Mas, como ensinar tudo isto ao
sexto, posto que longas explicações implicariam
já em uma aceitação de nosso círculo? É
preferível não explicar nada e não o aceitar. Por
muito que franza os lábios, afastamo-lo,
empurrando-o com o cotovelo, mas por mais que o
façamos, volta outra vez.
(Franz Kafka)
outro de uma casa; primeiro veio um e pôs-se
junto à entrada, depois veio, ou melhor dito,
deslizou-se tão ligeiramente como se desliza uma
bolinha de mercúrio, o segundo e se pôs não
distante do primeiro, depois o terceiro, depois o
quarto, depois o quinto. Finalmente, estávamos
todos de pé, em uma linha. A gente fixou-se em
nós e assinalando-nos, dizia: os cinco acabam de
sair dessa casa. A partir dessa época vivemos
juntos, e teríamos uma existência pacífica se um
sexto não viesse sempre intrometer-se. Não nos
faz nada, mas nos incomoda, o que já é bastante;
porque se introduz por fôrça ali onde não é
querido? Não o conhecemos e não queremos
aceitá-lo. Nós cinco tampouco nos conhecíamos
antes e, se quer, tampouco nos conhecemos agora,
mas aquilo que entre nós cinco é possível e
tolerado, não é nem possível nem tolerado com
respeito àquele sexto.
Além do mais somos cinco e não queremos ser seis.
E que sentido, sobretudo, pode ter esta
convivência permanente, se entre nós cinco
tampouco tem sentido, mas nós estamos já juntos e
continuamos juntos, mas não queremos uma nova
união, exatamente em razão de nossas
experiências. Mas, como ensinar tudo isto ao
sexto, posto que longas explicações implicariam
já em uma aceitação de nosso círculo? É
preferível não explicar nada e não o aceitar. Por
muito que franza os lábios, afastamo-lo,
empurrando-o com o cotovelo, mas por mais que o
façamos, volta outra vez.
(Franz Kafka)
03 agosto 2007
02 agosto 2007
Herido de sombras
Por tu auscencia estoy
Solo la penumbra
me acompana hoy
Perdido tu amor no podre
disfrutar de felicidad
Sin destino fijo,
como el humo voy
surcando el espacio
buscandote estoy
Tal vez no encuentre
Quiza te perdi
Para siempre, amor
Recordare
Tu mirar, tu sentir
No lo puedo evitar
Y sufrire
Anorando el ayer
No te puedo olvidar
Herido de sombras
Por tu auscencia estoy
Solo la penumbra
Me acompana hoy
Perdido tu amor
no podre ser feliz
Jamas
(Rolando Vergara)
Por tu auscencia estoy
Solo la penumbra
me acompana hoy
Perdido tu amor no podre
disfrutar de felicidad
Sin destino fijo,
como el humo voy
surcando el espacio
buscandote estoy
Tal vez no encuentre
Quiza te perdi
Para siempre, amor
Recordare
Tu mirar, tu sentir
No lo puedo evitar
Y sufrire
Anorando el ayer
No te puedo olvidar
Herido de sombras
Por tu auscencia estoy
Solo la penumbra
Me acompana hoy
Perdido tu amor
no podre ser feliz
Jamas
(Rolando Vergara)
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